503Rev Bras Enferm, Brasília 2007 set-out; 60(5): 503-6.
Porque profissionais de enfermagen com incontinência urinária não buscam tratamento RESUMOVerificou-se a prevalência de incontinência urinária (IU) entre mulheres profissionais de enfermagem de um hospital de ensino, se houve procura por tratamento médico e as razões alegadas para não fazê-lo. Entre as 291 (77%) que responderam a um questionário, 27,5% relataram IU, destas, 79% não tinham procurado tratamento médico. Os principais motivos para não tratarem a IU foram a pequena quantidade de urina perdida (28,8%) e a crença de que a IU é um problema comum para as mulheres (22%). A prevalência de IU e as justificativas para não procurarem tratamento foram semelhantes às de estudos anteriores com mulheres em geral. Conclui-se que o fato de serem profissionais de saúde parece não ter influenciado suas atitudes. Descritores: Incontinência urinária; Saúde da mulher; Enfermagem.
ABSTRACT
It was verified the prevalence of urinary incontinence (UI) among the women's nurse staff at a medical school, if the incontinent women seek a doctor for treatment and what was they reasons for not seeking treatment. Among 291 women that answer the survey, 27.5% reported UI and, 79% women didn't seek UI treatment. The most common reasons for not seek treatment were that incontinence was slight degree (28.8%) and the belief that the UI was a common problem for women (22%
Maria Helena Baena de Moraes Lopes
Enfermeira. Livre-Docente. Professora Associada do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, SP.
Artigo extraído da dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp).
INTRODUÇÃOA incontinência urinária (IU) uma condição que afeta aproximadamente 13 milhões de norte-americanos adultos, entre ao quais 11 milhões (85%) são mulheres. Admite-se que uma entre quatro mulheres com idade entre 30 e 59 anos já vivenciou algum episódio de IU (1) .Nos últimos anos, estudos têm avaliado a qualidade de vida das mulheres incontinentes, visto que reportam pior qualidade de vida quando comparadas com as continentes (2) . As repercussões no estilo de vida são numerosas, normalmente as mulheres incontinentes sofrem com problemas físicos, econômicos e psicossociais que interferem no convívio social, profissional, sexual e familiar (3) .Ainda que a IU feminina seja um fator contribuinte para restrições das atividades desenvolvidas diariamente (4,5) , muitas mulheres que apresentam graus leve e moderado de incontinência não buscam por atendimento médico, no entanto, a freqüência pela procura por tratamento da IU tende a acentuar no período pós-menopausa quando se eleva o grau de perda urinária (3) .