RESUMO Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da reabilitação peniana na recuperação da função erétil em pacientes submetidos a ressecção anterior do reto (RAR) ou a prostatectomia radical (PR), comparando os resultados entre esses dois grupos. Materiais e Métodos: Foi realizado estudo de coorte retrospetivo unicêntrico, em pacientes avaliados na nossa consulta multidisciplinar de oncosexologia, entre janeiro de 2015 e janeiro de 2018, submetidos a PR ou RAR (homens) com disfunção sexual. Avaliamos as características oncológicas dos pacientes, idade, estado civil, tipo de disfunção sexual, Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-5) na primeira e última consulta e terapêutica utilizada. Foi realizada análise estatística. Resultados: Foram incluídos 55 pacientes, 60% (33) realizaram RAR e 40% (22) PR. Em relação à disfunção sexual após a cirurgia, a disfunção erétil (DE) foi encontrada na maioria dos pacientes (> 95%). Na pontuação inicial do IIEF-5, os pacientes com RAR e PR apresentaram, com maior frequência, DE moderada ou grave (escore 5-11), em 78,8% e 59,1% dos casos, respetivamente. Ao reavaliar a pontuação do IIEF-5 de cada paciente durante o acompanhamento, verificou-se melhoria em 69,7% dos pacientes com RAR e 72,7% dos pacientes com PR (p = 0,81). Quanto à abordagem terapêutica, 84,8% dos pacientes com RAR foram medicados com inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE5I) exclusivamente e 3% com injeção de Alprostadil. Os pacientes com PR foram medicados com PDE5I em 63,6% e com injeção de Alprostadil em 31,8% (p <0,05). Conclusões: Apesar das diferenças técnicas destas cirurgias, do ponto de vista sexual, os pacientes se beneficiaram com a reabilitação peniana.