O modo de infecção primária de Colletotrichum sublineola, agente causal da antracnose em sorgo, ocorre através de conídios falcados produzidos terminalmente em conidióforos nos acérvulos. Um tipo secundário de conídio, o conídio oval, de menor tamanho e ontogenia distinta dos falcados é também produzido por este patógeno. O objetivo deste estudo foi comparar, por meio de microscopia de luz, o processo de infecção entre estes dois tipos de conídios, os ovais e falcados de C. sublineola, em cultivares de sorgo resistente e suscetível à antracnose. Folhas destacadas de 25 dias de idade da BR009 (suscetível) e SC283 (resistente) foram inoculadas com ambos os conídios do isolado patogênico 204.01 e o processo de infecção foi acompanhado por microscopia ótica de 2 a 168 h após a inoculação (AI). Ambos os conídios germinaram 2 h AI e transcorridas 4 h AI, independentemente da cultivar, apressórios arredondados com superfície lisa foram formados diretamente dos conídios falcados, enquanto que apressórios ligeiramente irregulares foram formados na ponta dos tubos germinativos emitidos pelos conídios ovais. Na cultivar suscetível, os apressórios foram formados em maior frequência pelos conídios falcados, enquanto que na cultivar resistente estas estruturas foram formadas em maior frequência pelos conídios ovais. Poros de penetração e hifas de infecção foram visualizados em todos os materiais inoculados com ambos os conídios. Sintomas da doença foram visualizados primeiramente no material inoculado com conídios falcados e foi superior na cultivar suscetível. Lesões com acérvulos contendo conídios falcados foram visualizadas em todos os tratamentos fechando assim o ciclo de infecção.