O turismo é conhecido por ser um setor de trabalho precarizado, que reforça estereótipos de gênero e remunera de maneira desigual homens e mulheres. A partir desta realidade, indaga-se se as investigações realizadas na academia em turismo no Brasil estão interessadas nestas disparidades. Para refletir sobre o tema, por meio de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), o artigo objetiva realizar um mapeamento da produção científica brasileira sobre gênero, trabalho e turismo em dissertações e teses produzidas nos 13 Programas de Pós-Graduação (PPGs) com área básica em turismo no Brasil. Entre as 39 teses já defendidas, nenhuma aborda o tema e, das 1.618 dissertações, 12 (0,74%) o discutem, concentradas em quatro instituições (UNB, Univali, UAM e UFF) e oito orientadores. Os trabalhos foram categorizados a partir de seu campo de estudos - empreendedorismo (1), eventos (1), assédio (1), hospitalidade (2), hotelaria (2) e turismo rural (5) e também a partir das desigualdades de gênero ao qual fazem referência, a partir do estudo Desigualdades de género en el mercado laboral turístico, da Alba Sud. As dissertações evidenciam que as mulheres sofrem discriminação por receberem menos quando realizam o mesmo serviço, por terem carga horária de trabalho aumentada em virtude de negócios turísticos familiares, por terem seu trabalho invisibilizado e desvalorizado e por necessitarem realizar o serviço doméstico mesmo trabalhando fora de casa. Como conclusão, o estudo revelou que, embora algumas pesquisas careçam de criticidade, já há uma problematização sobre como as trabalhadoras são tratadas na atividade.