A microrregião de Itapetinga, ligada tradicionalmente à pecuária bovina e à agricultura do cacau, possui como prática a utilização do fogo nas atividades agrícolas tradicionais. No entanto, essas práticas podem ser fontes recorrentes de danos aos ecossistemas florestais, além de propulsores de outros problemas ambientais. Nesse sentido, a detecção, monitoramento e análise multitemporal dos focos de queimadas é fundamental para o planejamento de controle do fogo. Esse trabalho visa conhecer o perfil e traçar a incidência espacial e temporal dos focos de queimadas na microrregião de Itapetinga. Para isso, foram efetuadas análises descritivas e espaciais dos dados do Programa Queimadas e Incêndios Florestais, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), utilizando técnicas de sensoriamento remoto e ferramentas como Sistema de Informação Geográfica (SIG). Durante o período de análise, entre os anos de 2011 e 2020, 2.767 focos de queimadas foram registrados pelo satélite AQUA_M-T na região. O ano de 2015 apresentou o maior registro de focos, com 634 do total de registros. 60,71% dos focos foram em áreas de pastagem e agricultura, enquanto 37,40% aconteceram em áreas de vegetação natural. Dessa forma, as análises espaciais e temporais dos focos de queimadas permitiram identificar e avaliar a dinâmica de queimadas na microrregião. Foi notado que os focos de queimadas na microrregião de Itapetinga são dinâmicos e variaram no tempo e espaço, no entanto, alguns municípios, como Encruzilhada e Ribeirão do Largo, apresentaram uma maior frequência de registros, que pode estar relacionado com as atividades agrícolas destes municípios e suas características climáticas.