“…A utilização da variável "localização da câmera" (dentro e fora das estradas de terra) resultou no melhor modelo de detecção do veado-catingueiro, sendo que a espécie foi 65% mais detectada fora das estradas de terra do que em estradas de terra, mesmo com uma menor quantidade de armadilhas fotográficas alocadas fora das estradas (35%). A menor detecção do veado-catingueiro em estradas de terra pode ser devido à aversão da espécie por áreas abertas, o que reduz, por sua vez, sua exposição e o risco de predação (Black-Décima et al 2010;Rodrigues et al 2014b). Este resultado também se relaciona a aspectos comportamentais da espécie, que utiliza estradas de terra para atravessá-las ("atravessadores") e não de forma a segui-las ("seguidores") em função da maior utilização destas como rotas de deslocamento por grandes felinos e por cachorros domésticos, potenciais predadores, além do maior fluxo de pessoas e máquinas agrícolas, como observado nas áreas de estudo do presente trabalho, aumentando assim os riscos à espécie.…”