Resumo: O tema da pesquisa versa sobre a estruturação social e o Sistema de Controle Gerencial, com o objetivo de verificar a influência exercida pela estruturação social entre as tensões dinâmicas e o desempenho estratégico de cooperativas agropecuárias. Sua contribuição teórica volta-se à relação das alavancas de controle de Simons (1995) como mecanismos para se avaliar o desempenho estratégico com a estruturação social de cooperativas agropecuárias. E, justifica a pesquisa empírica pela necessidade em se conhecer o direcionamento gerencial das cooperativas sob a perspectiva de sistema de crenças e limites, nas práticas gerenciais do controle diagnóstico e interativo, no desempenho estratégico e o seu impacto potencializado pela estruturação social (domínio, significação e legitimação).Utilizou-se uma survey, aplicada a cooperativas do ramo agropecuário constituídas no Brasil, Obteve-se um total de 70 respostas válidas, as quais foram submetidas ao método de análise de Modelagem de Equações Estruturais (MEE) pelo método de Mínimos Quadrados Parciais (PLS). Os resultados indicam que a tensão dinâmica proveniente do uso balanceado dos sistemas de crenças e limites não apresenta influência sobre o desempenho, enquanto a tensão entre os sistemas de controle interativo e controle diagnóstico mostra influência direta sobre o desempenho estratégico. Quanto à análise de mediação, os resultados indicam as estruturas de significação e dominação como mediadoras da relação entre a tensão dinâmica e o desempenho estratégico, enquanto a estrutura de legitimação não se mostrou mediadora.Conclui-se que a tensão entre as alavancas de controle interativo e diagnóstico e entre crenças e limites funciona como meio de estabelecer relações de poder nas organizações, a partir das estruturas sociais de significação e dominação, de modo que os sistemas de controle gerencial têm relação com a criação de estruturas sociais e com o desempenho estratégico. Portanto, ao associar os elementos da teoria e prática observa-se que a relação encontrada entre os pilares de significação e as alavancas de controle pode ser útil para gestores e usuários se pautarem no momento de definição dos desenhos dos controles gerenciais em suas empresas. Sabendo-se o efeito social que os controles componentes de cada uma das alavancas de controle possuem, bem como o resultado do balanceamento das tensões dinâmicas para a criação desse efeito, os gestores podem delimitar mudanças ou reformulações nos controles gerenciais utilizados, de modo a direcionar a criação ou o reforço de um dos pilares da estruturação que melhor convenha às necessidades estratégicas da organização.