Usuários de álcool e outras drogas na Rede de Atenção Psicossocial: Cuidado de Enfermagem

Abstract

Objetivo: Analisar a produção do cuidado da equipe de enfermagem aos usuários de álcool e outras drogas na Rede de Atenção Psicossocial. Método: Estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido com 11 profissionais da equipe de enfermagem atuantes em três serviços de saúde da Rede, localizados num município do interior da Bahia, Brasil. Os dados foram coletados entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018 utilizando-se da entrevista semiestruturada. Resultados: Os resultados apontam para um acesso dos usuários a Rede a partir de encaminhamentos e referências; as atividades de acolhimento têm sido desenvolvidas apenas pelos Centros de Atenção Psicossocial e o vínculo tem se demonstrado como frágil. Conclusão: Conclui-se que o cuidado de enfermagem na Rede tem se desenvolvido de modo fragmentado e pontual, logo, dispositivos como acesso, acolhimento e vínculo devem ser trabalhados com toda equipe de saúde em prol de uma assistência integral.

The care process for users of alcohol and other drugs in primary health care: a qualitative study

“…Na perspectiva dos profissionais da APS, a fragilidade do cuidado inicia-se no primeiro contato com a pessoa em drogadição e/ou alcoolismo, tendo em vista que ações reativas e esporádicas são adotadas como estratégias de atendimento em detrimento de ações vinculadoras e continuadas. No entanto, cabe ressaltar que, em todo o território brasileiro, a APS é responsável pelo acompanhamento dos usuários e pelo desenvolvimento de ações de redução de danos (BRITO et al, 2021).…”

“…Além disso, a APS, especialmente a ESF, é a porta de entrada para a rede de saúde, de modo que toda a equipe de saúde deve estar preparada para reconhecer as particularidades e vulnerabilidades produzidas pelo contexto em que o usuário se insere (BRITO et al, 2021). No entanto, ainda se percebe que o cuidado fica centrado nos serviços especializados, como o CAPSad, e não é horizontalizado na RAPS (BRITO et al, 2021), o que comprova a necessidade de práticas mais colaborativas e intersetoriais.…”

Tipologias de cuidados às pessoas com transtorno de saúde mental na perspectiva dos familiares

“…Ao trazer essa problemática, justifica-se o presente estudo diante da sua importância em conhecer e discutir o olhar do familiar sobre o cuidado à pessoa com transtorno de saúde mental, permitindo descrever como tem se dado esse cuidado nas suas diversidades e distintos contextos sociais. Partindo-se do pressuposto de que se espera produzir um cuidado profissional, numa perspectiva interdisciplinar, direcionado por uma Rede de Atenção Psicossocial por meio do acesso, acolhimento e vínculo (10) a pessoa com transtorno de saúde mental e sua família.…”

Atuação do enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família no cuidado da pessoa que faz uso de substâncias psicoativas

“…O fato do profissional não saber lidar com a demanda de pessoa que faz uso de SPA podem causar falhas no cuidado, de modo que sua intervenção seja restrita ao acolhimento na unidade de saúde e encaminhamento para outros serviços (BRITO et al, 2021). A enfermagem é uma profissão que requer habilidades para trabalhar tanto de forma individual como coletiva a promoção à saúde, prevenção do uso, reabilitação, e redução de danos; porém, para isso é importante que este profissional tenha conhecimento específico, assim como conhecimento da população de sua área de abrangência e de suas necessidades, para que estas sejam mais efetivas e condizentes com os princípios da atenção integral.…”

“…Neste estudo, o acolhimento foi à prática mais referida como um fator que facilita a assistência à pessoa que faz uso de SPA na ESF. Esta prática foi mencionada em estudos realizados com enfermeiros como parte da conduta profissional a esta demanda (MILITÃO et al, 2022;BRITO et al, 2021;GUSMÃO, OLIVEIRA, ARAÚJO, 2020). Trata-se de uma tecnologia leve do cuidado, pautada em uma relação de diálogo, que tem como propósito proporcionar um espaço de conforto e confiança, de modo a despertar o desejo do paciente em compartilhar suas histórias de vida.…”