O objetivo do presente estudo é refletir sobre as porosidades e as projeções da personagem Macabéa narrada em A hora da estrela, de Clarice Lispector, e em Macabéa: Flor de Mulungu, de Conceição Evaristo. A revisitação da personagem Macabéa decorridos quase 50 anos de sua aparição da literatura brasileira produz, como efeito, novos sentidos sobre a protagonista, indiciando habilidades atribuídas no romance de Evaristo e a possibilidade de representação não só da exclusão social, mas, sobretudo, da pulsão de vida associada a uma coletividade da qual o narrador-personagem é signatário. A metáfora vegetal da flor do mulungu assevera o sentido da perenidade ao propor a floração como resposta ao final de um ciclo, o que promove novos efeitos de sentido diante do cotejamento da morte no romance original.