A senescência é um processo natural do envelhecimento que altera a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos, sendo particularmente importante quando se trata de um país de idosos como o Brasil. Associado à idade, há um aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e consequentemente do uso de diversos medicamentos. A polifarmácia aumenta o risco de reações adversas, especialmente quando associado à prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados (MPIs) para idosos. O presente estudo tem como objetivo avaliar a prescrição de MPIs por meio dos critérios de Beers de 2015 em um grupo de idosos portadores de doenças crônicas vinculados a um plano de saúde em São Paulo, Brasil. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, realizado mediante a análise de 5.995 prescrições médicas, de setembro a dezembro de 2015. Os medicamentos foram examinados segundo os critérios de Beers revisados em 2015. Observou-se que, das 5.995 prescrições médicas feitas a 1.428 idosos, 20,3% foram consideradas inapropriadas. Os MPIs mais prescritos foram: inibidores de bomba de prótons (IBP), 39,4% (481); antidiabéticos, 13,3% (162); benzodiazepínicos (BZP) de ação curta, intermediária e longa, 10,8% (132); anti-inflamatórios não hormonais (AINEs), 10,3% (127); e anti-histamínicos de primeira geração, 6,8% (83). O grupo estudado apresentou um alto índice de prescrição inadequada de medicamentos em uso contínuo. Trata-se de um grupo populacional de risco, devido às suas próprias particularidades clínicas, predispondo a desfechos biopsicossociais desfavoráveis.Palavras-chave: Assistência à saúde do idoso. Lista de medicamentos potencialmente inapropriados. Planos de saúde. Prescrições de medicamentos.