O aumento da geração de resíduos sólidos urbanos, observado ao longo dos anos, tem suscitado discussões importantes a respeito da forma como eles são dispostos. Quando realizados em lixões e aterros controlados, a contaminação de solos e águas subterrâneas torna-se provável.Quando dispostos em aterros sanitários, um projeto adequado às normas vigentes e monitoramento constante pode evitar a ocorrência de impactos ambientais. Métodos geofísicos vêm sendo utilizados na caracterização do subsolo e monitoramento de contaminantes, principalmente os métodos geoelétricos, mostrando-se eficientes e menos custosos. Estes métodos indiretos permitem uma avaliação bidimensional mais completa do subsolo, o que é inviável em sondagens diretas. Desta forma, este trabalho teve por objetivo demostrar a aplicabilidade dos métodos geoelétricos da eletrorresistividade e polarização induzida na caracterização de áreas de disposição de resíduos sólidos. Foram estudadas duas áreas de disposição de resíduos, ambas localizadas na cidade de São Carlos: o antigo lixão da cidade, cujas atividades se encerraram em 1996, e o atual aterro sanitário, ainda em fase de investigação geológico-geotécnica à época dos ensaios geofísicos. Foram realizadas linhas de caminhamento elétrico com arranjo do tipo dipolo-dipolo, investigando as propriedades físicas resistividade e cargabilidade. Os resultados atestaram o potencial dos métodos geoelétricos, tanto na identificação do topo do diabásio, na área investigada para instalação do aterro, quanto na identificação de contaminantes na região do lixão. O topo do diabásio foi delimitado a partir dos perfis de resistividade, para valores superiores a 346 ohm.m, e os perfis de cargabilidade foram empregados como método auxiliar de validação dos resultados, com valores crescentes com a profundidade e resistividade. A contaminação na região do lixão foi verificada em valores de resistividade menores que 27 ohm.m, caracterizados por altos valores de cargabilidade na região dos resíduos e percolados.