Os pacientes diabéticos estão sujeitos, quando não tratados adequadamente, a desenvolver o estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH), caracterizado pelo déficit na ação da insulina, o que ocasiona hiperglicemia, ou seja, alta osmolaridade. A fim de compensar esse fenômeno, o corpo aumenta a diurese, gerando perda de água e eletrólitos. Assim, é fundamental tratar os pacientes o mais rápido possível para evitar uma desidratação severa e suas consequências, como torpor, redução da perfusão renal, alteração do nível de consciência, coma e até morte. O tratamento consiste inicialmente em infundir de modo intravenoso NaCl 0,9%, repor eletrólitos que estejam abaixo do esperado (geralmente potássio, fosfato e magnésio). Por fim, é usada a insulina após a reposição volêmica ou em casos nos quais desenvolve-se cetoacidose concomitantemente ao EHH.Palavras-chave: Emergência. Hiperglicemia. Tratamento.Área temática: Emergências endocrinológicas.
INTRODUÇÃOO estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH), assim como a cetoacidose diabética (CAD), é uma crise hiperglicêmica causada pela inadequação da atividade insulínica. Mais comum no diabetes mellitus tipo 2, o EHH geralmente ocorre quando há uma deficiência relativa de insulina (como no diabetes mellitus tipo 2), responsável por dificultar a utilização da glicose nos tecidos periféricos, embora a quantidade circulante ainda possa inibir a liberação do glucagon e, consequentemente, a lipólise, não ocorrendo a produção de cetoácidos, como na CAD (FERREIRA et al., 2021). Assim, estabelece-se uma situação de hiperglicemia que conduz a uma diurese osmótica, gerando desidratação e perda de eletrólitos e aumentando a osmolalidade sanguínea. Os critérios diagnósticos são: glicemia > 600 mg/dL, PH> 7,30, íons bicarbonato >18 mEq/L (SBD, 2019).Quando não há o tratamento devido, muitos pacientes podem entrar num estado de coma ou até mesmo vir a óbito, de forma que a taxa de mortalidade por EHH pode atingir até 20% dos pacientes (KITABCHI et al., 2009). Sob essa ótica, este trabalho busca reunir as principais informações encontradas na literatura científica acerca do manejo do estado hiperglicêmico hiperosmolar, expondo algumas controvérsias sobre ele no contexto da urgência e emergência médicas.