Palavras ChaveOrganização e gestão dos serviços de saúde · Cuidados continuados · Custos em organizações de saúde Resumen Introdução: O envelhecimento populacional, o aumento da prevalência de doenças crónicas e de multipatologia, são fenómenos que encontraram novas respostas com a criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) em Portugal, a partir de 2006. É esperado que esta estrutura adicional de oferta de cuidados permita contribuir para a criação de valor aos seus utentes. Objetivo: O presente estudo teve como objetivos estimar o consumo de recursos medido através da duração de internamento em unidades de internamento em cuidados continuados (UICC) em Portugal e analisar a associação com as características dos utentes e dos prestadores de cuidados. Método: Foi realizado um estudo transversal e retrospetivo, que utilizou informação da atividade das unidades da RNCCI entre 2010 e 2012. Recorreu-se a modelos de regressão lineares múlti-plos, utilizando a duração de internamento como variável dependente e, como preditores, variáveis representativas das características individuais dos utentes e dos prestadores. Resultados: Para os 30.090 episódios incluídos, a duração média de internamento foi de 34,2 dias nas unidades de convalescença, 84,1 dias nas unidades de média duração e reabilitação e 106 dias nas unidades de longa duração e manutenção. A dispersão da duração de internamento foi elevada em todas as tipologias e regiões. Isoladamente, as variáveis associadas às características dos utentes apresentaram capacidade preditiva muito reduzida. A inclusão das variáveis associadas à organização da oferta de cuidados aumentou a capacidade do modelo explicar a variabilidade do tempo de internamento dos utentes. Conclusão: Os resultados do modelo de regressão linear múltipla sugerem que são as características associadas à oferta de cuidados que apresentam maior relevância para explicar a variabilidade da duração de internamento em cuidados continuados. Sugere-se que futuros desenvolvimentos incluam melhorias nas práticas de registo e a implementação de um sistema de classificação de utentes específico, internacionalmente validado para a estratificação do risco em cuidados continuados.