OBJETIVO: Traduzir e adaptar transculturalmente o Model Disability Survey (MDS), instrumento da Organização Mundial da Saúde que fornece informações abrangentes a respeito de deficiência/funcionalidade, para o Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo metodológico de corte transversal, realizado por meio de cinco etapas – tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, revisão por comitê de especialistas e pré-teste –, considerando propriedades como equivalência semântica, idiomática, experimental e conceitual. Para realização das etapas foram necessários tradutores, pesquisadores, equipe mediadora, profissionais da saúde, metodologista e especialista em idiomas. A análise estatística foi produzida a partir de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e dispersão, testes de normalidade e índice de validade de conteúdo (IVC) > 0,80. RESULTADOS: O instrumento MDS apresenta 474 itens, o que gerou 1.896 análises de equivalências. Destes, 160 itens apresentaram IVC < 0,80 em pelo menos uma das quatro equivalências e necessitaram de ajustes. Após adequações e aprovação dos juízes, a versão pré-final seguiu para o pré-teste com 30 participantes, de quatro regiões do Nordeste brasileiro. Desta amostra, 83,3% são mulheres, solteiras, com idade média de 33,7 (DP 18,8) anos, autodeclaradas pretas ou pardas, trabalhadoras ativas, com escolaridade a partir do ensino técnico e que residiam com três moradores. O tempo médio das entrevistas foi de 123 minutos de duração. Foram mencionadas 127 condições de saúde, sendo as mais frequentes ansiedade e dores nas costas. As respostas foram analisadas e 63 itens foram citados como necessitando de algum ajuste, sendo dois destes encaminhados para análise pelo comitê por possuírem IVC < 0,80. O instrumento, manual e cartões de apresentação foram ajustados após um novo pré-teste. CONCLUSÕES: O MDS foi traduzido e adaptado transculturalmente para o português brasileiro e apresentou adequada validade de conteúdo.