Resumo Objetivos Descrever o nível de ansiedade traço e estado em pacientes com síndrome coronariana aguda submetidos a cateterismo não programado; verificar a influência da ansiedade traço na ansiedade estado antes e após o cateterismo e verificar se a ansiedade (traço e estado) é preditiva da ocorrência de arritmias não fatais, da gravidade dos pacientes medida pela classificação Killip e pelo índice de comorbidade de Charlson, e do tempo de permanência hospitalar. Métodos Estudo observacional, correlacional e longitudinal, no qual foram avaliados participantes com síndrome coronariana aguda aguardando cateterismo cardíaco não programado. No encontro inicial (Ti) foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, aplicados inventários de ansiedade traço e estado (IDATE) e de depressão de Beck. No encontro final (Tf), aplicou-se o IDATE-estado. Os participantes foram acompanhados até alta hospitalar ou óbito quanto a ocorrência de arritmias não fatais e tempo de permanência hospitalar. Resultados Foram incluídos 100 participantes (62,2±11,4 anos; 61% do sexo masculino). O escore do IDATE-traço foi 42,2±10,4 e influenciou o escore do IDATE-estado em Ti e Tf (p<0,005). O IDATE-estado diminuiu significativamente de Ti para Tf (40,2±10,4 vs 37,2±11,2, respectivamente, p=0,002). Não se observou associação do IDATE-traço ou do IDATE-estado com os índices de gravidade, tempo de permanência hospitalar ou ocorrência de arritmias. Entretanto, o escore de depressão aumentou 9,5% a chance de ocorrência de arritmias (OR=1,009; IC95%=0,913-1,115). Conclusão O nível de ansiedade reduziu de forma significativa após a realização do cateterismo, e não foi um preditor de desfechos clínicos em curto prazo.