2019
DOI: 10.20287/doc.d25.dt01
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Variações sobre o documentário de Vincent Carelli - (Des)fazendo o novelo

Abstract: Resumo: O artigo analisa a escritura documental de Vincent Carelli no contexto da mídia indígena. O objetivo é investigar como o filme A festa da moça (1987), com os seus dispositivos de (trans)figuração e (re)invenção do mundo histórico, ecoa na obra de Vincent Carelli e dos cineastas indígenas vinculados ao Vídeo nas Aldeias (VNA), problematizando a percepção de si, a (re)encenação da tradição, o sistema de reutilização imagético, a (auto)referencialidade, os desvios narrativos, o lugar do Outro e a questão … Show more

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“…Analyzing these interfaces leads us to conclude that it is difficult to arrive at the audiovisual productions of indigenous peoples -from the United States, Australia to Brazil -without returning to the training activities implemented by non-governmental organizations, indigenous associations and/or researchers and academics, the most emblematic result of which is the significant collection of images produced on the memory and traditions, history and forms of political and cultural resistance of traditional peoples. As we have already identified (Felipe, 2019a;, through the work of professors Sol Worth and John Adair, the seminal experience of indigenous cinema was developed, based on training and documentary production work, in 1966, with the Navajo people of Pine Springs, Arizona (USA), resulting in 16 films after a workshop that aimed to enable the Navajo community to have "control over all stages of the process" (Gonçalves, 2016, p. 659 In Brazil, an emblematic and pioneering case can be found in the nongovernmental organization Vídeo nas Aldeias (Video in the Villages -VNA), created in 1986 by a group of indigenists and anthropologists from the Centro de Trabalho Indigenista (Center for Indigenist Work -CTI), whose workshops trained filmmakers and collectives in territories from the north to the south of the country, with greater expansion from the 2000s onwards, when the NGO, led by indigenist filmmaker Vincent Carelli, became a kind of indigenous film school.…”
Section: Part 2 -Concepts and Questions Revisitedmentioning
confidence: 81%
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“…Analyzing these interfaces leads us to conclude that it is difficult to arrive at the audiovisual productions of indigenous peoples -from the United States, Australia to Brazil -without returning to the training activities implemented by non-governmental organizations, indigenous associations and/or researchers and academics, the most emblematic result of which is the significant collection of images produced on the memory and traditions, history and forms of political and cultural resistance of traditional peoples. As we have already identified (Felipe, 2019a;, through the work of professors Sol Worth and John Adair, the seminal experience of indigenous cinema was developed, based on training and documentary production work, in 1966, with the Navajo people of Pine Springs, Arizona (USA), resulting in 16 films after a workshop that aimed to enable the Navajo community to have "control over all stages of the process" (Gonçalves, 2016, p. 659 In Brazil, an emblematic and pioneering case can be found in the nongovernmental organization Vídeo nas Aldeias (Video in the Villages -VNA), created in 1986 by a group of indigenists and anthropologists from the Centro de Trabalho Indigenista (Center for Indigenist Work -CTI), whose workshops trained filmmakers and collectives in territories from the north to the south of the country, with greater expansion from the 2000s onwards, when the NGO, led by indigenist filmmaker Vincent Carelli, became a kind of indigenous film school.…”
Section: Part 2 -Concepts and Questions Revisitedmentioning
confidence: 81%
“…To this end, as we have already observed (Felipe, 2019a;2020c), indigenous cinema overcomes the tendencies of ethnographic and counterhegemonic film, based on a process of inter-epistemic construction and alliances of perspectives anchored in the outside but shared gaze (in the case of indigenous filmmakers); and in the inside gaze, but contaminated by internal and external contexts, which strain the relationship between communities and national society and mark the poetics of indigenous filmmakers. However, when the subjects of the experience position themselves in front of or behind the camera, we move closer to a reverse filmic pragmatics, which turns to their world and the world around them: with, for, from and not just about the Other -resolutely, back to the colonial gaze of national society 8 .…”
Section: Part 2 -Concepts and Questions Revisitedmentioning
confidence: 84%
“…Analisar essas interfaces nos permite concluir que dificilmente se chega às produções audiovisuais dos povos origináriosdos Estados Unidos, Austrália, ao Brasil -sem que se retomem as atividades de formação implementadas por organizações não-governamentais, associações indígenas e/ou por pesquisadores e acadêmicos, cujo resultado mais emblemático é o significativo acervo imagético produzido sobre a memória e as tradições, sobre a história e as formas de resistência políticas e culturais dos povos tradicionais. Como já identificamos (Felipe, 2019a;2020a), com os professores Sol Worth e John Adair, desenvolveu-se a experiência seminal de cinema indígena, a partir de um trabalho de formação e produção de documentários, em 1966, junto ao povo Navajo, de Pine Springs, no Arizona (EUA), resultando em 16 filmes após um workshop que pretendia viabilizar que a comunidade Navajo tivesse o "controle sobre todas as etapas do processo" (Gonçalves, 2016, p. 659 No Brasil, caso emblemático e pioneiro encontramos na organização não governamental Vídeo nas Aldeias (VNA), criada em 1986 por um grupo de indigenistas e antropólogos do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), cujas oficinas formaram realizadores e coletivos em territórios situados do norte ao sul do país, com maior expansão a partir dos anos 2000, quando a ONG, comandada pelo cineasta indigenista Vincent Carelli, transformou-se em uma espécie de escola de cinema indígena.…”
Section: Parte 2 -Questões E Conceitos Revisitadosunclassified
“…Para tanto, como já observamos em outros momentos (Felipe, 2019a;2020a;2020c), o cinema indígena supera as tendências do filme etnográfico e contra-hegemônico, a partir de um processo de construção interepistêmica e de alianças de perspectivas ancoradas no olhar de fora, mas compartilhado (no caso dos cineastas indigenistas); e no olhar de dentro, mas contaminado por contextos internos e externos, que friccionam a relação das comunidades com a sociedade nacional e marcam a poética dos realizadores indígenas. Entretanto, quando os sujeitos da experiência se posicionam diante ou atrás da câmera, aproximamo-nos de uma pragmática fílmica reversa, que se volta para o seu mundo e o mundo que o cerca: com, para, a partir e não apenas sobre o Outro -contundentemente, de volta para o olhar colonial da sociedade nacional 8 .…”
Section: Parte 2 -Questões E Conceitos Revisitadosunclassified
“…Em outro momento(Felipe, 2019), trabalhamos essa essa categoria entre-filmes com a obra de Vincent Carelli.30 Uma parceria do VNA com a editora Cosac Naify, que lançou seis volumes ilustrados de histórias infantis indígenas. Junto a cada um dos volumes, um DVD com curtas realizados no âmbito do VNA e que integram o seu acervo.…”
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