ResumoÁreas naturais alagadas estão entre os ecossistemas com alta produtividade e são amplamente distribuídas no mundo. O Pantanal se constitui uma das maiores planícies inundáveis contínuas do mundo e cerca de 30% da sua área compreende florestas sazonalmente inundáveis. Nesse sentido, o presente trabalho visa contribuir para a compreensão de processos pouco estudados nas florestas inundáveis como a serrapilheira, e efluxo de CO 2 no solo, ambos influenciados pelas cheias pantaneiras. Tendo em vista a importância desses ecossistemas florestais, o objetivo geral deste trabalho foi analisar a dinâmica de serrapilheira e efluxo de CO 2 em uma floresta sazonalmente inundável no Pantanal MatoGrossense.
IntroduçãoAs Áreas Úmidas cobrem cerca de 250 milhões de hectares no mundo (ARIEIRA; NUNES DA CUNHA, 2006), e estão entre os ecossistemas com maior produtividade e são de grande importância nos ciclos biogeoquímicos, no transporte de matéria orgânica, por meio do fluxo de água para áreas adjacentes e como habitats para a fauna e flora. A saturação ou completo alagamento do solo, pela água superficial ou subterrânea, nessas áreas seleciona organismos com adaptações para viverem em solos mal drenados. As características do solo, da fauna e da flora são determinadas pelo regime hídrico local, que comumente apresenta ciclos de inundação em zonas costeiras, estuários, pântanos e planícies.A tendência fortemente sazonal da precipitação, recorrente em regiões tropicais e subtropicais, situa o Pantanal na categoria de área temporariamente inundada. A inundação está associada ao regime hidrológico, que provoca a expansão, contração e fragmentação dos sistemas aquáticos, além de interferir no grau de conectividade entre as partes do sistema (FANTIN-CRUZ et al., 2011). A diversidade de ambientes aquáticos, campos inundáveis, cerrado, florestas ripárias e florestas inundáveis compõem o complexo mosaico ecológico do Pantanal (POTT et al., 2011).As oscilações sazonais dos níveis da inundação no Pantanal, causadas pela variação pluviométrica e mudanças na dinâmica sedimentológica, ao longo do tempo, promovem mudanças fundamentais nas condições ambientais dos habitats, dentre os quais o estresse hídrico é o principal fator e se caracteriza tanto pela falta, quanto pela saturação de água no solo. Tais condições levaram a permanência de grande quantidade de espécies pioneiras no Pantanal, que mantêm suas populações em altas densidades, em que uma única espécie apresenta