“…O primeiro é delinear os fenômenos tidos como alucinatórios, apresentando a forma como a definição do que chamo de mundo-em-si, externo ao indivíduo e alheio às simbolizações que se lhe podem atribuir, constitui-se como uma disputa pela própria substância da realidade. Assim, discursos sobre a saúde mental tornam-se perspectivas privilegiadas de definição sobre quais mundos existem ou não (Branco-Pereira, 2018, 2020a, 2020c), e a imanência da realidade é ela mesma constante objeto de disputa política. As alucinações, essencialmente indistinguíveis da realidade (Luhrmann, 2011;Seth, 2017), pois que quem alucina nunca sabe que o faz, tornam-se, assim, fenômenos políticos disputáveis.…”