Este trabalho tem como objetivo principal chamar a atenção para algumas questões que se inauguram a partir de uma reflexão sobre as práticas de uso de objetos extremamente presentes na vida social atual a saber, os telefones celulares. O intuito é descrever e analisar alguns dos fenômenos imbricados nas novas possibilidades de se conceber e interpretar práticas e relações sociais e, ao mesmo tempo, trazer à tona reflexões sobre os sujeitos que se constroem em meio a este processo enquanto sujeitos conectados e dependentes da conexão.As reflexões aqui apresentadas têm cunho ensaístico e pretendem dar conta de questões como a constituição de novas cartografias corporais, que não excluem o uso e “acoplamento” dos celulares aos corpos, ao mesmo tempo em que se buscará explicar este processo de dependência e sujeição aos aparelhos enquanto resultado do espraiamento da subjetividade pelos fluxos de uma cadeia de conectividade da qual celulares e todos nós, enquanto usuários, fazemos parte.Espera-se demonstrar como toda esta rede não escapa aos eixos do mercado sendo os celulares elementos agenciadores deste processo à medida em que impactam e reconfiguram o regime de gestão das vidas na contemporaneidade, abrindo ensejo para se pensar sobre as formas de controle e os regimes de subjetivação que entram em cena. Fato este que destaca a necessidade de um aprofundamento do debate sobre os pontos de tensão que se apresentam num momento em que os campos de experiência e ação cotidianas parecem inteiramente capturados de modo a envolver-nos no processo de reprodução do capital.