A fluoretação da água de abastecimento público é considerada um dos métodos sistêmicos mais efetivos na prevenção da cárie, com abrangência populacional e bom custo-benefício. Para que o máximo benefício da adição de fluoreto na rede de abastecimento ocorra, é necessário que sua oferta seja constante e a concentração esteja dentro da faixa considerada segura e ideal, feita por meio do heterocontrole. O objetivo desse estudo foi descrever e analisar a ação do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA), em relação ao controle da concentração de fluoreto presente na água de abastecimento no município de Piraquara-PR, Brasil, no ano de 2018. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) e então classificados de acordo com três critérios I (BRASIL, 1975), II (RAMIRES et al., 2006) e III (Cecol/USP, 2011). A análise dos dados foi feita no SPSS (versão 20.0, IBM, EUA). Foram encontradas 44 análises, com média anual de 0,622 mg F/L e desvio padrão de 0,250. Para os critérios I e II as amostras se classificaram como subfluoretadas e para o critério III apresentaram máximo benefício e mínimo risco. O município não cumpriu a Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano para o ano avaliado nem apresentou teores contínuos de fluoreto, indicando a necessidade de adequação. O fortalecimento do heterocontrole é necessário para que o discurso anti-fluoretação não seja fortalecido, colocando em risco os avanços alcançados com a medida.