Análise da Linguagem narrativa de crianças com Transtorno do Espectro Autista RESUMO Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é classificado pelo DSM-5 como parte dos Transtorno dos Neurodesenvolvimento. Esta população é caracterizada pela presença de déficits sociais e de comunicação. Embora os aspectos sociais e emocionais sejam essenciais para o desenvolvimento das habilidades pragmáticas, o que inclui as dificuldades narrativas, há uma parcimônia de estudos atuais publicados sobre o discurso narrativo na população TEA. Objetivo: Estudar características do discurso narrativo oral de crianças diagnosticadas com TEA, entre as quais: vocabulário emissivo, estrutura morfossintática, elementos do discurso narrativo, e compreensão de texto oral. Método: Estudo clínico, transversal, aprovado pelo CEP sob nº 40972920.5.0000.5407, no qual participaram do estudo 52 crianças, com idades entre 6 e 10 anos, divididos em G1 (n=26) composto por crianças com diagnóstico multidisciplinar de TEA, oralizadas e G2 (n=26) por crianças com desenvolvimento típico, pareadas em idade e sexo. Os responsáveis das crianças responderam à anamnese e ao questionário de classificação socioeconômica (ABEP). Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: Discurso Narrativo Oral -DNOI (Prando et al; 2016); análise Média do Valor da Frase (Jabukovicz, 2002); Teste de vocabulário infantil (Capovilla et al., 2012) e Matrizes Progressivas de Raven (2019). Foi utilizada estatística descritiva para caracterização dos grupos, Teste Igualdade de Proporções Entre duas Amostras para os dados de anamnese e teste Mann-Whitney para amostras não pareadas, para comparação de testes de linguagem entre os grupos (α = 0,05). Resultados: Cada Grupo (G1 e G2) foi composto por 20 sujeitos do sexo masculino e 6 do sexo feminino, distribuídos predominantemente nas classes socioeconômicas A e B. Em relação ao discurso narrativo, observou-se diferenças significativas nas habilidades de reconto parcial, com piores desempenhos em G1. Nas tarefas de "detalhes, do reconto parcial", "reconto total", "compreensão oral" e "inferência" os grupos obtiveram desempenhos semelhantes. Quanto ao vocabulário emissivo, não foram observadas diferenças significativas, sendo que 96% dos sujeitos de G1, e 100% de G2, estiveram dentro dos valores que indicam padrão de normalidade; sobre os aspectos morfossintáticos, houve diferença significativa quanto ao uso de substantivos e de preposição sendo que G2 apresentou um maior número de substantivos e preposições em suas frases, do que G1. Quanto ao Reconto integral, de modo qualitativo observou-se a ocorrência de intrusões, referências e omissões em ambos os grupos. Conclusões: Os resultados obtidos evidenciam que: não houve diferença de vocabulário emissivo; a estrutura morfossintática não se mostrou diferente entre os grupos; as crianças TEA demonstram discurso narrativo prejudicado (em tarefa de reconto parcial); e a compreensão oral foi semelhante entre os grupos. PALAVRAS CHAVE: Transtorno do Espectro Autista; lingua...