“…Os últimos dez anos presenciaram uma nova visita de pesquisadores, de disciplinas como história e arqueologia, a essas fontes riquíssimas de informação sobre o passado (Gomes, 1999;Guapindaia, 2001;Heckenberger, 2001;Heckenberger et al, 1999;Neves, 2005;Pereira, 2001;Schaan, 2004); e, apesar de alguns pesquisadores (Meggers, 1992(Meggers, , 2001) ainda se manterem relutantes quanto à sua utilização, no contexto arqueológico, tais descrições passaram a ser importante indicador de aspectos das formas de organização social das populações que habitavam a margem do grande Rio Amazonas. Extensas descrições (ver Barreto & Machado, 2001;João Daniel, 1976;Melo-Leitão, 1941a, 1941bPorro, 1992) de formações políticas regionais comandadas por um chefe supremo, e referências a distintas formas de subordinação entre grupos locais, amplo comércio regional, organização de guerra bem estruturada e especializada, e especialização na produção de bens materiais, como refinadas cerâmicas, passaram a ser utilizadas como mais um correlato da existência de formações sociopolíticas complexas no período pré-colonial na região (Carneiro, 1995;Heckenberger et al, 1999;Heckenberger, 2001;Gomes, 1999;Guapindaia, 2001;Neves, 2005;Pereira, 2001;Roosevelt, 1991Roosevelt, , 1992Schaan, 2004).…”