Introdução: O conceito de vulnerabilidade em saúde é complexo e multidimensional e busca contemplar os determinantes sociais do processo de saúde-doença. A vulnerabilidade em saúde dos povos indígenas (PI) do Brasil resulta de complexa trajetória histórica e desigualdade social, evidenciadas e potencializadas pela pandemia de COVID-19. Objetivos: Identificar e reunir as evidências sobre os determinantes da vulnerabilidade dos PI frente à infecção pelo COVID-19. Metodologia: Revisão bibliográfica interpares, com seleção de artigos nas bases de dados LILACS, SciELO e BVS Saúde dos Povos Indígenas, entre de 29 de maio e 22 de julho de 2021, utilizando os descritores "vulnerabilidade", "saúde", "indígena", "infecção por coronavírus". Incluídas publicações em português e inglês, entre 2011 e 2021 e excluídos estudos de populações indígenas estrangeiras. Após a seleção individual de artigos, as amostras foram agrupadas, excluindo duplicidades, totalizando 7 artigos ao final. Resultados: Identificados 21 elementos de vulnerabilidade, agrupados em 3 dimensões interdependentes: Programática, Social e Individual. Os resultados demonstram vulnerabilidade dos PI e necessidade de ampliar evidências e dados. Conclusões: A descontinuidade de ações de Saúde Indígena, as estratégias ineficazes de participação, a ingerência financeira e a carência histórica de dados dos PI convergem para uma situação de maior vulnerabilidade frente à pandemia de COVID-19, aprofundadas pelas dificuldades de acesso a produtos e serviços que atendam às especificidades indígenas. A literatura acerca da saúde dos povos indígenas no Brasil é escassa