bloqueios (42,3%) decorreram de sorologia positiva para hepatite B (testes anti-HBc e HBsAg). No entanto, esse problema pode ser parcialmente prevenido pela instituição de vacinação contre o vírus B da hepatite. Segundo a OMS, a vacina tem a eficácia de 95% na prevenção da infecção, com consequente redução de suas complicações. Objetivo: Avaliar o índice de vacinação nos grupos de doadores de sangue do Hemepar Curitiba de acordo com o sexo e a faixa etária e avaliar a possibilidade de recomendar a vacinação contra o vírus da hepatite B para doadores de sangue com mais de 30 anos de idade. Método: Tratou-se de estudo prospectivo, transversal e analítico. Por meio de informações contidas nos bancos de dados do Sistema de Banco de Sangue -SBS, foram identificados 15.434 doadores aptos no período de 1 o de janeiro a 30 de junho de 2017. Considerando um nível de segurança de 95% e uma margem de erro de 3%, foi obtido um número amostral de 999 doadores, em cujas amostras de sangue foram realizados testes anti-HBs. Foram contatados 894 doadores para confirmar dados sobre idade, sexo e frequência de doação e para verificar se foram vacinados ou não. Resultados: Dos 894 doadores contatados, 501 (56,0%) informaram não ter tomado a vacina contra hepatite B e, em 499 (99,6%) destes, o resultados dos testes de anti-HBs apresentaram valores < 10,00 mUI/mL, (não reagente), e em 02 casos, os testes de anti-HBs apresentaram concentrações > 10,00 mUI/mL (reagente). Dos 393 (44,0%) doadores que informaram ter tomado a vacina contra hepatite B, 384 (97,7%) apresentaram valores dos testes de anti-HBs > 10 mUI/mL, e 09 (2,3%) apresentaram valores < 10,00 mUI/mL. Dos 333 doadores com idade entre 18 e 29 anos, 219 (65,8%) apresentaram valores dos testes de anti-HBs > 10 mUI/mL e 114 (34,2%) apresentaram valores < 10 mUI/mL. Dos 471 doadores com idade > 30 anos, 394 (70,2%) apresentaram valores dos testes de anti-HBs < 10 mUI/mL e 167 (29,8%) apresentaram resultado reagente. Discussão: Para reduzir os riscos de transmissão transfusional do vírus da hepatite B, além da triagem pré-doação e da realização de exames sorológicos e de detecção de ácido nucléico (NAT), a vacinação contra o vírus da hepatite B poderia trazer impacto positivo, pois reduziria o número de doadores contaminados pelo vírus e, consequentemente, reduziria o descarte de hemocomponentes e o risco transfusional para o receptor. Conclusões: Elevada percentagem de doadores de sangue não foi vacinada para o vírus da hepatite B, o que aumenta o risco transfusional e o descarte de unidades de sangue coletadas. Visando aumentar a segurança transfusional e a redução do descarte de sangue, pretende-se recomendar à Secretaria da Saúde estadual que se estenda a vacinação contra o vírus da hepatite B para todos os doadores de sangue na cidade de todo o estado do Paraná, independentemente de sua idade.