A capacidade das Instituições de Ensino Superior (IES) adotarem políticas e dinâmicas promotoras de interculturalidade para a inclusão dos estudantes apresenta-se como um desafio face aos relatos de vivências de exclusão académica dos participantes deste estudo. Foi objetivo deste estudo compreender a experiência vivida pelos participantes, na academia, como fenómeno de inclusão/exclusão. Relativamente aos métodos, trata-se de um estudo qualitativo, fenomenológico-interpretativo, com recurso à entrevista fenomenológica. Participaram trinta e um elementos da comunidade académica (estudantes, docentes e não docentes) de uma IES de Portugal, de abril a julho de 2019. A análise dos dados emergentes foi qualitativa e realizada com ajuda do software Nvivo12. Este estudo insere-se num projeto mais amplo intitulado “Práticas inclusivas no Ensino Superior: O desafio de construir comunidade”, autorizado pela Comissão de Ética da Instituição onde se realizou o estudo. Quanto aos Resultados, das categorias emergentes destacamos a Experiência e significado de inclusão, com destaque para a “Indiscriminação”, “Igualdade e equidade” e “Integração na comunidade”; as Barreiras à inclusão na instituição, com ênfase nas “Barreiras Arquitetónicas”, na “Desarticulação hierárquica institucional, “dificuldades linguísticas” e, ainda, a categoria Sentimentos vivenciados em experiências de exclusão, enfatizados pelos participantes, como a “desvalorização”, a “solidão” e a “tristeza”. Em conclusão, os participantes consideram que os principais desafios institucionais à inclusão e interculturalidade se centram no derrubar as barreiras arquitetónicas e linguísticas, de forma a que os edifícios tenham acessos adequados à mobilidade, que garantam a sua integração e minimizem sentimentos de desvalorização, solidão e tristeza.