O seguinte trabalho considera a liderança nas estruturas sociopolíticas dos “índios amigos”, durante a segunda metade do século XIX, nas regiões de Pampa e Patagônia (atual República Argentina). Ele se concentra no alcance e nos limites das lideranças, os capitais e recursos que interviram no poder político, na incidência da intervenção estatal nos margens de ação e nas estratégias de ação política assim como nos vínculos com a comunidade representada. Para tanto, analisam-se as experiências e trajetórias de três líderes ao longo de quatro décadas, que constituem uma porta de entrada para diferentes momentos do espaço fronteiriço e das relações de poder: Cristóbal Carri-llang, Manuel Grande e Ramón Tripailaf. A esse respeito, observou-se que certas competências políticas, conexões sociais e pertencimentos parentais constituíam recursos significativos e que os laços e relacionamentos duradouros sustentaram expectativas e permitiram estratégias em contextos cada vez mais adversos.