Este estudo analisou o nascimento termo tardio e pós-termo, avaliando o perfil materno, suas características e as complicações maternas e neonatais. Foram selecionados 23.610 bebês do estudo Nascer no Brasil (2011), sendo realizada uma análise descritiva da população de estudo. A associação entre o nascimento termo tardio e pós-termo e seus desfechos foi efetuada pela utilização de regressões logísticas (valor de p < 0,05). A prevalência encontrada foi de 7,4% para o termo tardio e de 2,5% para o pós-termo, tendo ambos sido mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste, em adolescentes, mulheres negras, de baixa escolaridade, multíparas, atendidas no setor público. As gestações termo tardio tiveram maior chance de indução do parto vaginal (OR = 2,02; IC95%: 1,67-2,45), de cesariana (OR = 1,32; IC95%: 1,16-1,52), de laceração grave (OR = 3,75; IC95%: 1,36-10,36) e de uso oxigenoterapia para os recém-nascidos (OR = 1,52; IC95%: 1,02-2,26). Nas gestações pós-termo, os recém-nascidos tiveram menor chance de amamentação ao nascer (OR = 0,74; IC95%: 0,56-0,97) e durante a hospitalização (OR = 0,62; IC95%: 0,40-0,97) e maior chance de nascerem pequenos para a idade gestacional (OR = 4,01; IC95%: 2,83-5,70). Os resultados utilizando somente a ultrassonografia como medida da idade gestacional confirmaram os achados anteriores. Gestações termo tardio e pós-termo ocorrem com maior frequência nas regiões Norte e Nordeste e em mulheres com maior vulnerabilidade social, associando-se a complicações maternas e neonatais.