O objetivo da pesquisa foi avaliar a capacidade de autodepuração do rio Piracicaba, estado de Minas Gerais. Foram utilizados os modelos matemáticos de Streeter-Phelps modificado e QUAL-UFMG, considerando dois períodos hidrológicos distintos. No estudo foram considerados dados de qualidade da água para as variáveis oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT), oriundos das campanhas de monitoramento do “Projeto Águas de Minas”, os quais foram utilizados na calibração dos modelos. Posteriormente foi simulado um cenário futuro de qualidade da água previsto no Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos Sanitários (PITE). Os resultados mostraram que, em relação ao processo de calibração, as variáveis OD e DBO foram as que apresentaram melhores resultados na calibração. Foi observado, durante o período seco, que a qualidade da água no trecho do município de João Monlevade, após receber os efluentes do município, não satisfaz às condições de enquadramento do rio Piracicaba, apresentando valores de DBO acima do permitido pela legislação para águas doces de classe 2. Para as demais variáveis não foram constatados violação dos limites estabelecidos pela legislação em ambos os períodos avaliados. Considerando a simulação feita para o cenário futuro, a partir da remoção da carga orgânica em virtude da consideração das ETEs fora de operação, em obras e em projeto existentes na bacia do rio Piracicaba, as concentrações das variáveis de qualidade da água analisadas se mantiveram dentro do permitido pela legislação para águas doces classe 2.