A COVID-19 é uma doença que foi identificada pela primeira vez em dezembro de2019, em Wuhan, China, e causou uma das pandemias mais desafiadoras dos últimos tempos.Dentre as principais manifestações dessa doença causada pelo SARS-CoV-2 está um quadrorespiratório agudo potencialmente fatal principalmente para pacientes mais velhos, comcomorbidades e não vacinados adequadamente. Apesar de já terem ocorrido avanços nocombate à doença, principalmente através da criação de vacinas efetivas contra o vírus, esteainda está em circulação e pode sofrer mutações que criam novas variantes com potencial decausar surtos de casos e mortes na população. Objetivos: Analisar o perfil de óbito, naUnidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, DF, pelaCOVID-19, relacionado ao estado vacinal, à idade, ao sexo e à pré-existência de comorbidadesdos pacientes. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa equalitativa através da análise de dados constantes nos prontuários dos 234 pacientesinternados com COVID-19 na UTI do hospital geral selecionado, no período de março de 2020a abril de 2022, maiores de 18 anos, com tempo mínimo de permanência na unidade de 24horas e que vieram a óbito pela doença. As variáveis analisadas para elaboração do perfil deóbito foram: data de óbito; idade; sexo; presença de comorbidade; tipo de comorbidade;número de doses aplicadas de vacina contra a COVID-19; estado vacinal em relação à COVID-19; fabricantes da 1ª, 2ª e 3ª doses das vacinas contra COVID-19 aplicadas e suas datas deaplicação. O processamento dos dados e elaboração dos gráficos deu-se através do softwareestatístico (RStudio) na versão 4.2.2. Resultados: Foi identificado que, quanto ao sexo, 44.44%eram mulheres e 55.56% eram homens. Sobre a faixa etária, 80,74% dos pacientes possuíam60 anos de idade ou mais, 9,82% tinham a idade entre 50 e 59 anos, 6,83% entre 40 e 49,2,13% entre 30 a 39. Não houve nenhum óbito entre 18 e 29 anos. Sobre as comorbidades:88,03% dos pacientes a apresentavam, sendo as quatro primeiras mais prevalentes: ahipertensão arterial sistêmica (HAS), fatores de risco - principalmente obesidade e sobrepeso-, Diabetes Mellitus tipo 2 e outras doenças cardiovasculares. Sobre a vacinação, 73,93% nãohaviam tomado a vacina e 25,64% haviam tomado - sendo 13,25% apenas uma dose, 9,4%duas doses e 2,99% três doses -. Das vacinas aplicadas, 53,33% eram CoronaVac, 40% eramOxford-AstraZeneca e 6,67% eram Pfizer. Relacionando o tempo decorrido entre a primeiradose da vacina e a data da morte, houve uma queda nos primeiros 6 meses, mas um aumentoapós 7 meses. Conclusão: Concluiu-se que houve uma maior mortalidade em pacientes dosexo masculino, com 60 anos ou mais, em portadores de comorbidades - sobretudo ascardiopatias, vasculopatias, distúrbios metabólicos e sobrepeso ou obesidade -, que as vacinasforam efetivas em prevenir o óbito pela COVID-19 quando comparada aos não vacinados equanto maior o número de doses da vacina aplicadas, menor o número de óbitos.