RESUMO: Contexto: A psoríase pustulosa palmoplantar (PPPP) é uma das apresentações clínicas da psoríase, muitas vezes de difícil tratamento, podendo-se utilizar diversos medicamentos tópicos e sistêmicos. O uso dos anti-TNFα no tratamento das formas pustulosas de psoríase é controverso, visto que a resposta clínica é variável, além desta classe de medicação biológica poder desencadear psoríase pustulosa. Descrição do Caso: Doente feminina, 60 anos, branca, com diagnóstico de PPPP há 12 anos e artrite psoriásica há seis anos. Antecedentes pessoais relevantes: hipertensão arterial sistêmica, hipertrigliceridemia e obesidade. Apresentou refratariedade tanto aos tratamentos tópicos instituídos (corticóides e emolientes) quanto aos sistêmicos (metotrexate, dapsona, colchinina e acitretina), tendo evoluído com excelente resposta terapêutica com etanercepte (administrado semanalmente, por via subcutânea, na dose de 50 mg). Discussão: Os anti-TNFα são eficazes no tratamento da psoríase em placas moderada a grave. Mas, o tratamento da PPPP com anti-TNFα não é classicamente preconizado. Segundo a literatura a resposta terapêutica com este tipo de medicamento é variável na PPPP. Além disso, os anti-TNFα podem desencadear quadro de pustulose palmoplantar. No entanto, há relatos de sucesso terapêutico com anti-TNFα em casos refratários de PPPP. Em função das comorbidades da paciente e após terem sido esgotadas as possibilidades terapêuticas clássicas, optamos pelo uso do etanercepte, que se mostrou eficaz. A doente iniciou tratamento em abril de 2008 e mantém o uso do etanercepte até a presente data, estando em remissão da doença. Conclusão: Destacamos a possibilidade do uso de anti-TNFα em paciente com PPPP refratária ao tratamento convencional. No nosso caso, o etanercepte mostrou-se eficaz e seguro, não tendo a doente apresentado nenhum efeito adverso grave.