Disfagia funcional é uma condição em que o paciente refere ter (dificuldade para deglutir), mas exames disponíveis não conseguem determinar anormalidades nos eventos relacionados à deglutição. É uma doença funcional do aparelho digestivo com baixa prevalência, mas que pode comprometer de maneira significativa a qualidade de vida do paciente. Sendo preservados a sequência e os tempos dos eventos da deglutição e a anatomia dos órgãos envolvidos, a possibilidade de o paciente ser hipersensível à percepção da passagem do bolo deglutido por boca, faringe e/ou esôfago deve ser considerada. Trabalhos recentes têm descrito que esses pacientes têm comprometimento da distensibilidade do esôfago para a passagem do bolo. Após a descrição detalhada do sintoma, da avaliação clínica e exame físico, que podem indicar a presença de doenças ou alterações relacionadas à disfagia, exames específicos devem ser realizados. Estes exames são a videofluoroscopia (para as fases oral, faríngea e esofágica da deglutição), seriografia de esôfago, endoscopia e manometria de faringe e esôfago, realizados com técnicas específicas para cada órgão e que dependem da percepção do possível local da dificuldade na passagem do bolo. Outros exames, como tomografia e ressonância magnética, podem ser realizados, de acordo com parecer da equipe de profissionais que cuidam desses pacientes. O tratamento deve ser organizado individualmente, com psicoterapia, tranquilizantes e um bom relacionamento terapeuta/paciente. Não deve ser esquecido que disfagia é um sintoma de alarme e pode ser consequente a doenças graves. Portanto, disfagia funcional deve ser o diagnóstico somente após exclusão de possíveis doenças causadoras do sintoma.