Introdução: Entender os fenômenos da motivação, identificar os fatores motivadores dos profissionais de saúde e reconhecer como o gestor e os líderes conseguem motivar a equipe com sucesso é uma questão de crescente preocupação. Objetivos: Avaliar os fatores ocupacionais, sociodemográficos e de saúde que influenciam na ocorrência de desmotivação no profissional de saúde intensivista. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com profissionais de saúde de nove unidades de terapia intensiva localizadas em João Pessoa, PB, Brasil. Os dados foram coletados por meio de uma versão adaptada do Health Care Establishment Questionnaire. Para análise da influência das variáveis sob o estado motivacional, construiu-se um modelo de Regressão Logística, com seleção de variáveis pelo método Backward. Utilizou-se 80% do total da amostra para estimação dos parâmetros e os 20% restantes para o teste e validação dos resultados. As análises foram realizadas no software R, com nível de significância de α ≤ 0,05. Resultados: Identificou-se que a variável com maior poder sobre a desmotivação do intensivista foi o trabalho em turnos (OR = 4,215, p = 0,006). O quantitativo de queixas sintomatológicas (OR = 1,206, p = 0,000) e o tempo de trabalho (OR =1,080, p = 0,031) também foram variáveis significativas sobre o risco. Quando as três variáveis estiveram combinadas, aumentou-se em 38 vezes a chance do profissional se sentir desmotivado (OR = 38,99, p = 0,000). Conclusões: Com base nestes resultados, é possível identificar aspectos do trabalho que exigirão ajustes organizacionais para que os intensivistas mantenham-se satisfeitos e motivados. Palavras-chave: saúde do trabalhador; unidade de terapia intensiva; pessoal de saúde.