O objetivo deste estudo foi analisar as percepções de profissionais de enfermagem que buscam formações paralelas, investigando suas motivações e possíveis associações com estados de engajamento e adição ao trabalho. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado com 20 profissionais de enfermagem atuantes ou não na profissão. Os participantes responderam um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Os participantes eram em sua maioria do sexo feminino (80,0%), com uma carga horária de trabalho superior a 40h semanais de trabalho (55,0%) e uma média de 13,5 anos (DP = 5,96) de experiência profissional. Para a análise e o tratamento dos dados qualitativos utilizou-se o software IRaMuTeQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), para a análise textual e sugestão de categorias e temas relevantes. Foi reconhecido o corpus de 20 entrevistas, decomposto em 92 segmentos de texto. Foram reconhecidos 3103 números de ocorrências. O número de hápax reconhecido foi de 691 casos e o número de formas de 796. A análise realizada trouxe a retenção de 79,22 % do corpus e um gráfico composto por seis classes, nomeados conforme suas características. As situações geradoras de motivação para que os profissionais busquem por formações paralelas envolvem a desvalorização profissional, estresse, excesso de responsabilidades, falta de apoio social e altas demandas de trabalho. Melhor percepção de apoio social e comportamentos resilientes estão entre as estratégias mitigadoras a serem adotadas. Compreender os fenômenos da busca por formação paralela e pelo abandono da profissão pelo profissional da enfermagem pode contribuir para traçar estratégias de intervenção individuais e por gestores no contexto laboral.