Este estudo relata experiências na educação em saúde em duas comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, destacando o uso de redes bayesianas (RB) para avaliar os riscos de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e hipertensão arterial sistêmica (HAS). Foi conduzido como um estudo transversal e observacional, utilizando a metodologia da problematização, com etapas que incluíram observação, definição de pontos-chave, teorização, hipótese e aplicação prática. A modelagem sobre a qualidade de vida foi realizada a partir do software Netica, com a implementação de redes bayesianas (RBs), permitindo inserir probabilidades de ocorrência das variáveis através dos nós da rede. O perfil dos 34 participantes revelou predominância de mulheres (79,4%), com idade entre 30 e 59 anos (55,9%) e índice de massa corporal (IMC) médio de 32,5 kg/m². Entre elas, 51,5% tinham diagnóstico de HAS e 23,5% de DM2. A alimentação inadequada foi observada, com alto consumo de açúcar (38,2%) e baixa utilização de alimentos integrais (3,0%). As RBs apresentaram sensibilidade de 71,42% para DM2 e 76,47% para HAS, e especificidade de 77,7% e 88,23%, respectivamente, demonstrando alta precisão. A modelagem também identificou associação significativa entre os riscos das doenças com os fatores como IMC, idade, história familiar e glicose. As estratégias educativas contribuíram para prevenir complicações e promover a qualidade de vida, enquanto as RBs se mostraram ferramentas promissoras para diagnóstico e educação em saúde. O estudo reforça a importância de políticas públicas inclusivas voltadas às comunidades quilombolas.