É fato dizer que a língua inglesa possui o status de lingua franca (CANAGARAJAH, 2006), possuindo um número de falantes não nativos maior do que nativos (CRYSTAL, 2003; GRADDOL, 2006; KACHRU, 1985). Por outro lado, a língua ainda é fortemente associada ao pertencimento a falantes dos Estados Unidos e do Reino Unido, em um período de novo colonialismo (SANTOS, 2020). Pensando a área da Linguística Aplicada como indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) e transgressiva (PENNYCOOK, 2006), nos aliamos em práticas problematizadoras (PENNYCOOK, 2004) para questionar ideologias linguísticas (ERRINGTON, 2001; WOOLARD, 1998; KROSKRITY, 2004) acerca de falantes nativos de língua inglesa por meio da análise de um material didático desenvolvido no CLAC Inglês (Curso de Línguas Aberto à Comunidade) da UFRJ. Essa pesquisa analisa a primeira tarefa do PTMC (MARTINS; SAMPAIO; TILIO, 2021) Decolonizing English, desenvolvido no último nível do curso regular (Inglês 8) no primeiro semestre de 2022. Neste artigo, por meio de uma análise qualitativa interpretativista, analisamos esse material didático como potencializador de discussões e questionamentos sobre ideologias linguísticas, aproximando alunos de produções literárias marginalizadas e promovendo uma agenda anti-hegemônica (MOITA LOPES, 2006), de um Inglês como língua não homogênea e plural, empoderando seus aprendizes.