HEPÁTICO. ABCDExpress. 2017;1(2):953.Instituição: UNICEUB Apresentação do Caso Paciente de 60 anos, sexo masculino, natural de Sta. Catarina, residente na Bahia, portador de VHB crônico em uso de tenofovir, DM 2 e HAS. Em seguimento ambulatorial regular, apresentou queixa de astenia, acolia fecal, colúria e icterícia progressiva. Referia viagem para zona rural recente, sendo excluídas doenças infecciosas como febre amarela, dengue, VHA. Realizou exames de imagem para a investigação do quadro, com evidência de dilatação de vias biliares intra-hepáticas sem fator obstrutivo bem definido. Apresentava elevação de CA 19.9 (2.552), e considerando a forte suspeita de colangiocarcinoma, foi encaminhado para avaliação cirúrgica. Foi submetido a laparotomia exploradora que evidenciou cirrose hepática com ascite leve, porém sem lesões palpáveis em via biliar. Sendo realizada ultrassonografia intra-operatória que não identificou lesões neoplásicas na via biliar extra-hepática. No pós-operatório, evoluiu com descompensação da cirrose com ascite, encefalopatia e síndrome hepatorrenal não responsiva a expansão com albumina. Foi iniciado terlipressina e o paciente foi inserido em lista de transplante. Na análise do explante, evidenciado CARCINOMA HEPATOCELULAR com PRESENÇA DE INFILTRAÇÃO NEOPLÁSICA DO DUCTO HEPÁTICO DIREITO, COM FORMAÇÃO DE LESÃO POLIPÓIDE QUE SE ESTENDE ATÉ DUCTO HEPÁTICO COMUM, COM OBSTRUÇÃO DA LUZ. Discussão O hepatocarcinoma corresponde a 70 a 90% das neoplasias primárias de fígado. Ocorre principalmente em pacientes portadores de cirrose hepática. Os portadores de infecção por VHB também apresentam maior risco deste tumor. Recomendase vigilância com ecografia a cada 6 meses nos pacientes com maior risco. A confirmação diagnóstica se dá por exames de imagem contrastados, possivelmente associados a elevação de AFP, ou biópsia. A apresentação clínica depende da extensão da doença. O tratamento baseia-se no estadiamento tumoral, função hepática e condição clínica do paciente, com opções como ressecção cirúrgica, radioablação, transplante hepático, quimioembolização, sorafenibe ou tratamento paliativo. Comentários finais Trata-se de um caso de apresentação atípica de hepatocarcinoma, visto que não evidenciado nos exames de imagem e nem cursou com alteração de marcadores tumorais habituais. Recomenda-se sempre forte suspeição para este diagnóstico nos pacientes portadores de fatores de risco como VHB.
ABCDExpress 2017;1(2):953Codigo: 61630 Acesso está disponível em www.revistaabcd.com.br e www.sbad2017.com.br Acesso pelo