INTRODUÇÃO: Os efeitos farmacológicos da planta Cannabis sativa L. são utilizados para diversas finalidades terapêuticas. Apesar de comprovadas, há grande dificuldade para a sua legalização em muitos países, como o Brasil. Entre os canabinóides, o Δ-9-tetrahidrocanabinol e canabidiol são os mais ativos clinicamente e por meio do receptor CB1, suprime a excitabilidade neuronal. Os cuidados paliativos (CP) buscam tratamentos que aliviem o sofrimento psicossocial, espiritual e físico, como a dor, através das propriedades da Cannabis medicinal. OBJETIVOS: Revisar as evidências clínicas publicadas em artigos científicos sobre o uso da Cannabis medicinal no manejo da dor em pacientes sob CP. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão bibliográfica na base de dados PubMed, com os descritores DeCS: Pain, Palliative Care e Medical Marijuana, e o operador booleano AND. Foram encontrados 18 artigos e aplicados os critérios de exclusão: revisão, relato de caso e fuga do tema, e inclusão: língua portuguesa e inglesa, resultando em 4 artigos. Devido a escassez na literatura, resultados primários de revisões foram incluídos, totalizando 11 estudos. RESULTADOS: Há controvérsias com relação ao uso da C. sativa L em CP. Registros de ensaios clínicos realizados, principalmente em oncologia, mostraram resultados promissores na redução da dor, porém efeitos colaterais foram observados, como: tontura, xerostomia, aumento do apetite e efeito psicoativo. Em conformidade, alguns autores pontuaram os benefícios da Cannabis medicinalem CP no tratamento da dor decorrente de esclerose múltipla e mieloma múltiplo, devido à redução da propagação de estímulos dolorosos, com alívio da dor, permitindo redução na dependência a opióides. Ainda, um estudo revelou que após o tratamento com óleo houve queda na dor em 48,3% da amostra (p <0,001). Outro, com pacientes com câncer, 70% relataram redução da dor após fumar a planta. Outros autores não recomendam o uso em pacientes idosos devido a dados insuficientes para determinar sua segurança. A Federação Europeia da Dor (EFIC) também aponta preocupações no uso da planta e na cobertura dos custos pelo seguro de saúde. CONCLUSÃO: Apesar de evidências que apoiam o uso de Cannabis medicinal em CP, são necessários estudos maiores e esclarecimentos quanto à diferença entre a droga ilegal e o medicamento, de forma que é necessário capacitar profissionais e pacientes para superar os estigmas em torno do uso da planta.
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