<p>No ambiente natural, os animais são expostos a uma grande quantidade de ameaças a sobrevivência. Considerar a ecologia do medo é importante para estimar o papel ecossistêmico que os predadores desempenham nas comunidades, uma vez que o medo de um predador pode provocar não somente respostas baseadas em densidade (<em>i.e</em>., remoção de indivíduos de uma população), como também respostas comportamentais, que podem resultar em efeitos em cascata. Comportamentos defensivos são relativamente simples de serem avaliados em situação de cativeiro, uma vez que são conspícuos e específicos, dificilmente sendo confundidos com outros comportamentos quando observados. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a habilidade de indivíduos de <em>Tamandua </em><em>tetradactyla</em> (Linnaeus, 1758) em detectar pistas indiretas de um predador, para avaliação de risco do ambiente. Neste estudo, seis indivíduos de tamanduás-mirim (<em>T. tetradactyla</em>) em cativeiro foram expostos a pistas indiretas (<em>e.g</em>., urina e fezes) de jaguatirica (<em>Leopardus pardalis</em>). No total, cinco machos e uma fêmea de tamanduá foram observados pelo método de animal focal, em um esforço total de 36 horas de observação. Tamanduás-mirins alocados nos recintos com pistas indiretas do predador exibiram maior frequência de comportamentos anti-predatórios e diminuição dos comportamentos de inatividade. A utilização de pistas indiretas é vantajosa para indivíduos de tamanduá-mirim, pois permitem a avaliação de risco de uma determinada mancha do ambiente e elicia comportamentos de evitação, que são menos custosos energeticamente. A porcentagem de comportamentos também é apresentada com e sem as pistas indiretas do predador de <em>T. tetradactyla</em>, na qual pode ser útil para entender a capacidade de resposta de tamanduás-mirins a situações de perigo.<strong></strong></p><p><strong></strong><strong>Palavras chave</strong>: Ecologia do medo, tamanduá-mirim, jaguatirica, comportamentos anti-predatórios.</p>
<p>Animais resgatados passam um período em cativeiro antes de serem devolvidos a natureza. Durante esse período em cativeiro é fundamental que os animais apresentem os comportamentos mais próximos dos apresentados na natureza, e enriquecimento ambiental é uma forma de assegurar o bem estar animal em cativeiro. O objetivo deste estudo foi i) descrever o repertório comportamental de indivíduos do tamanduá-mirim (<em>Tamandua tetradactyla</em>) (Ordem Pilosa), e determinar qual comportamento foi mais frequente; ii) avaliar o efeito do período diurno (06:00–18:00) e noturno (18:00–05:59) na frequência dos comportamentos, e iii) comparar a porcentagem de comportamentos com e sem enriquecimento ambiental. Observações foram feitas utilizando o método de animal focal. Cinco machos e uma fêmea foram observados em pares para se observar as interações entre os indivíduos. Foram registrados 30 atos comportamentais distribuídos em seis categorias: locomoção, forrageio, alimentação, inatividade, limpeza corporal e interação. Geralmente, os comportamentos mais frequentemente observados foram locomoção e alimentação, geralmente durante o dia, exceto inatividade, que foi mais comum durante a noite. Esse resultado pode ser atribuído a maior atividade diurna do macho, enquanto as fêmeas são mais noturnas em cativeiro. Nossos resultados sugerem que o enriquecimento ambiental favorece maior bem-estar para os indivíduos em cativeiro através do aumento de comportamentos ativos como alimentação, interação e forrageio. Esse estudo provê uma lista de comportamentos que podem ser úteis em entender a etologia e aspectos relacionados à conservação, especialmente em cativeiro de <em>T. tetradactyla</em>.</p><p><strong>Palavras chave</strong>: Enriquecimento ambiental, tamanduá-mirim, repertório comportamental, animal focal.</p>
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