No passado, acreditava-se que os espaços de Virchow-Robin (EVR) eram invaginações dos espaços subaracnóides 1,2 . Estudos com microscopia eletrôni-ca, sugerem que os EVR originam-se de invaginações do espaço subpial, formando uma bainha de revestimento que contém as artérias separando o espaço subaracnóide do subpial 3,4 .A dilatação dos EVR é facilmente detectada pela ressonância magnética (RM) 5 e tem sido descrita em pacientes com criptococose 6 , mucopolissacaridose 7 , crianças com cefaléia 8 , envelhecimento 9 macrocefalia e epilepsia do lobo temporal 10 ou ainda, em achados ocasionais concebidos como variantes do normal 11,12 .Nós revimos 70 RM de pacientes com migrânea e comparamos com igual número de pacientes sem antecedentes de cefaléia. RESUMO -Os espaços de Virchow-Robin (EVR) são invaginações do espaço subpial, formando uma bainha de revestimento tubular contendo um vaso, que separa o espaço subaracnóide do subpial. A ressonância magnética (RM) é o único método de imagem capaz de avaliar este detalhe anatômico. Nós estudamos a possível associação entre EVR dilatados e migrânea. Avaliamos 70 pacientes com idade compreendida entre 13 e 54 anos (média 36,5 anos), com diagnóstico clínico de migrânea e comparamos com grupo controle com igual número de pacientes com idade compreendida entre 14 e 64 anos (média de 42 anos), sem antecedentes de cefaléia. Observamos aumento dos EVR em 28 casos (40%) dos pacientes com migrânea. No grupo controle tal achado foi encontrado em apenas 5 casos (7,1%). Alertamos, ainda, sobre a importância na detecção e reconhecimento dos EVR, bem como o seu diagnóstico diferencial com infartos lacunares e cistos da fissura coroidea. PALAVRAS-CHAVE: espaços perivasculares de Virchow-Robin, ressonância magnética, migrânea. DILATAÇÃO DOS ESPAÇOS DE VIRCHOW-ROBIN EM PACIENTES COM MIGRÂNEA Dilatation of Virchow-Robin spaces in patients with migraineABSTRACT -The Virchow-Robin spaces (VRS) are subpial invaginations making a tubular revestment scabbard that contains a vase between the subarachnoid and subpial spaces. The magnetic resonance imaging (MRI) is the only imaging method able for evaluate this anatomic detail. We studied the possible association between dilated VRS and migraine. Seventy patients with ages ranging from 13 to 54 years (mean, 36.5 years), with clinical diagnosis of migraine were studied and compared with a control group, without past of headache, composed by the same number of patients with ages ranged from 14 to 64 years (mean, 42 years). We observed widening of VRS in 28 cases (40%) of the migraine patients. In the control group this feature was demonstrated in only 5 cases (7.1%). Alert for the importance of detecting and recognizing the VRS, as well as, the diferentiation from lacunar infarctions and coroid fissure cists.
RESUMO -Relatamos um caso de neurossarcoidose em um paciente masculino, 21 anos de idade, com história de cefaléia desde os três anos de idade e sem alterações à tomografia computadorizada (TC) do crânio. A ressonância magnética (RM) revelou envolvimento meníngeo, com realce intenso e homogêneo da convexidade frontotemporal direita e no terço anterior de fissura inter-hemisférica. A RM é mais sensível que a TC, sendo a técnica de investigação mais apropriada para a avaliação de lesões meníngeas e parenquimatosas, bem como no acompanhamento da eficácia da terapêutica e no seguimento dos pacientes. PALAVRAS-CHAVE: neurossarcoidose, meningite crônica, ressonância magnética. Neurosarcoidosis: case reportABSTRACT -We report a case of sarcoidosis in a 21 years old male with history of headache since he was three years old, with absence of abnormalities in a brain computerized tomography (CT). Brain magnetic resonance (MRI) disclosed a meningeal involvement with intense and homogeneous enhancement of the right frontotemporal convexity and anterior third of the interhemispheric fissure. The brain MRI is more sensitive than brain CT and is the most appropriate method for the evaluation of meningeal and parenchymatous lesions, as well as monitorizing the response to therapy and patients follow up.KEY WORDS: neurosarcoidosis, chronic meningitis, magnetic resonance imaging.A sarcoidose é doença granulomatosa crônica sistêmica, de etiologia desconhecida, que acomete o sistema nervoso central em cerca de 5% dos casos, podendo variar de 4% a 14% [1][2][3][4] . É também chamada de síndrome de Heerfordt, por ter ele descrito em 1909, casos de pacientes com aumento das parótidas, uveíte crônica e paresias dos nervos cranianos 5 . O diagnóstico geralmente requer a demonstração histológica de granulomas não-caseosos em biópsias, bem como a exclusão de outras doenças que podem produzir granulomas "duros", tais como a beriliose e infecções por micobactérias ou fungos.As manifestações sistêmicas mais comuns são as relacionadas ao sistema respiratório, sendo que a maioria dos casos de neurossarcoidose ocorre naqueles pacientes que já apresentavam diagnóstico prévio de sarcoidose sistêmica. As manifestações neurológicas incluem leptomeningite, acometimento dos nervos cranianos, disfunção hipotalâmica e pituitária, e massas intraparenquimatosas. A paralisia facial é o sinal mais comum (50%) e em geral é transitória e bilateral 1,[6][7][8][9][10]
O objetivo deste estudo é analisar as alterações morfológicas e de intensidade de sinal das regiões hipocampais em pacientes, com epilepsia temporal fármaco-resistente. Para tal, estudamos 8 pacientes com esclerose mesial temporal, utilizando aparelhagem de RM de 1,5T, com sequências Spin Eco - SE, Fast Spin Eco - FSE, Fluid Atenuation Inversion Recovery, com Eco Planar Imaging - FLAIR-EPI. Observamos a superioridade da sequência FLAIR na detecção do aumento da intensidade de sinal da região hipocampal, particularmente com cortes coronais, em relação às sequências SE e FSE, com a vantagem de ser uma técnica de rápida execução. A sequência STIR evidenciou adelgaçamento da cortical do hipocampo, na metade dos casos que apresentavam alteração de sinal.
RESUMO -Relatamos um achado ocasional de meningoencefaloventriculocele esfenoetmoidal num paciente adulto, com achados tomográficos interpretados como formação expansiva neoplásica com características de agressividade. Alertamos para a ocorrência dessa rara localização de patologia malformativa. PALAVRAS-CHAVE: meningoencefalocele, ressonância magnética, tomografia computadorizada. Trans-sphenoidal meningoencephaloventriculocele in an asymptomatic adult: case reportABSTRACT -We report a casual finding of a sphenoethmoidal meningoencephaloventriculocele in an adult patient that the tomography finding was misinterpreted as an expansive neoplasic lesion with malignant features. We alert for the rare site of localization of this malformative pathology. . A meningoencefalocele transesfenoidal, muitas vezes assintomática, pode simular lesão osteolítica da base do crânio ao exame pela tomografia computadorizadA (TC). O exame pela ressonância magnética (RM) é superior, fornecendo detalhes anatômicos.Relatamos um caso de meningoencefaloventriculocele (MEVC) diagnosticado ocasionalmente à neuroimagem. CASOPaciente do masculino de 42 anos de idade, com história de traumatismo craniano leve há 14 dias. O exame neurológico era normal. A TC revelava formação expansiva para-selar direita que realçava com contraste, associada a solução de continuidade do pavimento selar e da parede lateral direita do seio esfenoidal, erroneamente interpretada como tumoração com características de agressividade.O paciente procurou nosso Serviço para a realização de RM do crânio, que evidenciou herniação do lobo temporal para o interior das células etmoidais posteriores e seio esfenoidal à direita, bem como do corno inferior e do seio cavernoso com a porção intracavernosa do sifão carotídeo direito. A haste pituitária encontrava-se deslocada para a esquerda, não sendo identificada a hipófise (Fig 1). Realizamos cortes complementares tomográficos coronais, com 2 mm e com programa para análise de estruturas ósseas, confirmando a ausência do pavimento selar e da parede lateral direita do seio esfenoidal (Fig 2).Foi sugerida então a correção cirúrgica, a qual foi recusada pelo paciente. DISCUSSÃOMeningocele e encefalocele são herniações extracranianas de meninges e de meninges contendo tecido encefálico respectivamente, através de defeito das estruturas ósseas. A presença de parte do sistema ventricular no interior da encefalocele denomina-se ventriculocele. Essas patologias podem ser classificadas de acordo com a localização ou com o conteúdo 1 .
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