Karl Jaspers e a abordagem fenomenológica em psicopatologia Introdução Karl Jaspers (1883-1969) nasceu em Oldenburg, cidade alemã próxima ao litoral do Mar do Norte, numa família de classe média. Sua diligente mãe procedia de uma comunidade camponesa, assim como seu pai, um bem-sucedido advogado e diretor bancário. Também foi através do direito o primeiro contato de Jaspers com a universidade. Após breve passagem por aquele curso trocou-o pela medicina, graduando-se em Heidelberg em 1908. Havendo apresentado, desde a infância, saúde débil e limitadas capacidades físicas, a vida sempre lhe exigiu cuidadosa administração das atividades que desempenhava. Além da possibilidade de reunir seus interesses por ciências naturais e humanas numa única atividade, seu ingresso nos estudos em psiquiatria se deu, em 1909, também em função de crer que a atuação em psicopatologia-requerendo-lhe menos desgaste físico do que intelectual-seria sua melhor oportunidade de ter uma carreira plenamente prolífica (Jaspers, 1994; Hoenig, 1966). Como bem observado por Jenner et al. (1996), uma convergência singular de fatores-seu pendor filosófico, seu treinamento médico e sua saúde frágil-provavelmente responde por muito do que foi possível Jaspers desenvolver no campo da psicopatologia. Dificilmente um filósofo poderia dispor, para CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA ano VIII, n. 4, dez/ 2 0 05
The delusional misidentification syndrome has lately been the object of lengthy psychopathological discussions. Controversies persist as to how best to define it, distinguish its subtypes and set their limits. Attempts to provide this syndrome with a better conceptual framework have usually relied on proposing new definitions and classifications. In this article, we suggest that some prevailing difficulties are basically related to two separate but intertwined issues: the self-reflexive property of the human mental functioning and the first-person linguistic expression of human experience. We argue that this discussion belongs to a broader context than the one it is usually referred to, as it deals with problems germane to conceptual psychopathological investigations in general. In that regard, DMS provides us with a very telling example, to the extent to which it has, at its core, to account for the puzzling phenomena of identity, which are particularly affected by cultural and linguistic variables.
BackgroundDelusion is one of the most intriguing psychopathological phenomena and its conceptualization remains the subject of genuine debate. Claims that it is ill-defined, however, are typically grounded on essentialist expectations that a given definition should capture the core of every instance acknowledged as delusion in the clinical setting.ObjectiveIn this paper, we attempt to show the major limitations of the definition of delusion from a non-essentialist point of view.MethodThe problem is analyzed within the framework of constructs and their translation into definitions. Different linguistic and epistemological perspectives that do concur when one deals with psychopathological phenomena are also considered.ResultsThe 'construct of delusion', rather than its clinical instances, is the reference in which its definition appears inept. Here we claim that the broad contextual and pragmatic bases that underpin the construct of delusion tend to be either overlooked or downplayed in the quest for a satisfactory definition of this phenomenon.
A doença de Wilson (DW) é condição sistêmica decorrente de erro inato do metabolismo, com importantes manifestações neuropsiquiátricas. Estas requerem identificação diagnóstica adequada e intervenções terapêuticas eficazes. Existem, estabelecidos, quatro clusters de sintomas neuropsiquiátricos na DW: distúrbios de comportamento e/ou personalidade, distúrbios do humor, déficit cognitivo e quadros psicóticos. Embora tais pacientes sejam vistos, mais comumente, em clínicas neurológicas e de hepatologia, os profissionais de saúde mental devem manter alto nível de suspeição para DW, já que os quadros iniciais podem se manifestar como síndromes psiquiátricas. Neste artigo é apresentada uma revisão da literatura sobre os aspectos neuropsiquiátricos da doença de Wilson, enfatizando-se as dificuldades diagnósticas. Um homem de 26 de idade DW com apresentação psiquiátrica inicial polimórfica é apresentado. O tratamento deste paciente com a eletroconvulsoterapia é relatado, somando-se esta forma de intervenção terapêutica, neste caso, aos dois únicos existentes na literatura
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