O mito de Édipo possui uma longa trajetória de recriações ao longo da história do teatro ocidental, cada uma delas dialogando com seu momento histórico. Partindo da teorização de Erich Auerbach em Mimesis, este trabalho compara esse mito tal como expresso nas tragédiasÉdipo rei e Édipo em Colono, de Sófocles, de um lado, e Os sete gatinhos de Nelson Rodrigues, de outro, mostrando as diferenças de estatura dos dois protagonistas nas duas peças antigas e na moderna.
No decorrer do século XX, houve um grande debate em torno da tragédia e da possibilidade de sua recriação num tempo tão distante do século V a.C., quando ocorreu seu surgimento e seu apogeu e quando Ésquilo, Sófocles e Eurípides, os três grandes tragediógrafos da Grécia, produziram seus trabalhos. Pensadores originários de diversos campos das humanidades tomaram parte nessas discussões. Este artigo sintetiza suas ideias, mostrando como a estatura do ser humano, sua condição social e sua linguagem foram se rebaixando até o século em que autores como Eugene O’Neill, Arthur Miller e Nelson Rodrigues recriaram a tragédia em feição moderna: uma tragédia do homem comum.
Do ponto de vista da linguagem, o teatro de Nelson Rodrigues se realiza como a culminância de um processo histórico de apropriação da linguagem brasileira pela literatura. Em vários momentos, houve tentativas de abrasileiramento da linguagem por nossos escritores, tendo as elaborações críticas de José de Alencar e Mário de Andrade marcado essa discussão nos contextos do Romantismo e do Modernismo. Este artigo objetiva mostrar, através de um levantamento extensivo e uma amostragem significativa, como o dramaturgo brasileiro, no contexto da modernização do teatro no Brasil e seus desdobramentos, promoveu uma revolução na linguagem falada nos palcos, realizando ainda aquela que talvez seja a mais completa recriação plástica da prosódia brasileira em nossa literatura, como o levantamento e a amostragem mostrarão.
Do ponto de vista da linguagem, o teatro de Nelson Rodrigues se realiza como a culminância de um processo histórico de apropriação da linguagem brasileira pela literatura. Em vários momentos, houve tentativas de abrasileiramento da linguagem por nossos escritores, tendo as elaborações críticas de José de Alencar e Mário de Andrade marcado essa discussão nos contextos do Romantismo e do Modernismo. Este artigo mostra como o dramaturgo brasileiro, no contexto da modernização do teatro no Brasil e seus desdobramentos, promoveu uma revolução na linguagem falada nos palcos, realizando ainda aquela que talvez seja a mais completa recriação plástica da prosódia brasileira em nossa literatura.
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