Introdução: dados recentes evidenciam que a exposição a determinadas condições durante a gravidez pode resultar no desenvolvimento do autismo. Objetivo: avaliar o estado nutricional e as características perinatais de crianças com transtorno do espectro autista. Metodologia: Estudo descritivo e transversal, realizado em 2021, com 47 crianças, de ambos os sexos, portadoras de autismo, em diferentes graus de gravidade, com idade ≤8 anos, atendidos em um centro de referência na cidade de Belém-Pa. Após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, pelos responsáveis legais, foi coletado peso e altura para avaliação do estado nutricional e posteriormente aplicou-se um formulário para coleta de dados acerca da idade, sexo e características perinatais das crianças. Resultados: Houve prevalência significativa de sexo masculino (89,4%; n=42) e crianças com 5 anos de idade (40,4%; n=19). Acerca das características perinatais, observou-se que a maioria significativa (p<0.05) apresentou baixo peso ao nascer (74,5%; n=35), nascimento pré-termo (53,2%; n=25), parto do tipo cesariana planejada (22; 46,8%), a principal complicação gestacional foi infecção do trato urinário de repetição (42,6%, n=20), enquanto a icterícia neonatal foi a principal complicação entre as crianças (10,6%; n=5), 44,7% (n=21) mães referiram uso de antibióticos na gestação e a idade de concepção prevalente esteve entre 26 e 35 anos para as mães (70,2%; n=33) e pais (72,3%; n=34). Na avaliação do estado nutricional, evidenciou-se que o sobrepeso foi a principal alteração nutricional nessa população. Conclusão: Infere-se que o ambiente materno durante a gestação influência de forma significativa em alterações do neurodesenvolvimento.