Neste artigo, apresentamos um debate sobre a relação entre gênero e trabalho de campo, formulado a partir de nossas experiências na Bolívia e buscando consolidar uma crítica ao machismo na academia. Com trajetórias disciplinares distintas (antropologia, ciência política, relações internacionais e sociologia), apresentamos relatos sobre como ser mulher marcou diversos momentos da nossa pesquisa, desde escolhas de lugares nos quais trabalhar e nossos acompanhantes durante o campo a que fontes iríamos consultar. O ponto central deste trabalho é o entendimento de que a suposta “neutralidade acadêmica” vigente, que tem o masculino como norma, ignora o assédio e a violência sexual como problemas do campo e da produção acadêmica como um todo, isolando-os como problemas da mulher. Pretendemos, assim, contribuir com o desenvolvimento de um léxico comum que permita a outras mulheres pesquisadoras abordar suas problemáticas em campo sem se sentirem menos capazes ou marcadas por sentimentos de culpa e vergonha.
Bolivian migrants in Brazil are commonly categorised as ‘indians’ who are ‘enslaved’ in São Paulo's garment industry. Simultaneously, self‐identified indigenous peoples in Brazilian urban centres are constantly challenged as to the authenticity of their claims to indigeneity. This article explores the racialisation of migrants based on an ethnography of two Bolivian street markets in São Paulo, as social and spatial mobilities articulate race and class hierarchies. It proposes that such racialisation is entrenched in colonial socio‐spatial hierarchies that continue to represent indigenous peoples as excluded from humanity, modernity and the city, reinforcing their subaltern insertion in the labour market.
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