Resumo: De início, situamos a emergência dos conceitos Blackness, Black Experience e de interseccionalidades no marco da história do pensamento feminista negro, marcadamente nos Estados Unidos. Depois, por considerar que bell hooks e Patricia Collins elaboraram reflexões teóricas sobre homens e masculinidades negras a partir de uma perspectiva interseccional, damos destaque aos textos por elas elaborados, ao buscarmos pontuar, com outros autores e autoras, dentro ou fora do Brasil, de que modo estes mobilizaram ideias e perspectivas de análise que estejam ou não em conexão vinculativa com os posicionamentos teóricos dessas autoras. E, finalmente, o nosso interesse é de tornar ainda mais elucidativa a necessidade da discussão de estereótipos que possam contribuir na construção de outros sentidos, outras narrativas, outras versões acerca do debate proposto.
Resumo:Procuramos reunir neste artigo um conjunto de estudos publicados em língua portuguesa e língua inglesa que tratam do tema masculinidades negras. Ao fazer esta revisão, apresentamos uma análise sobre como este tema tem sido identificado e pensado nesta literatura, apontando para diferentes ênfases analíticas, que se relacionam com distintas abordagens interpretativas.Ao fazer essa sistematização, discorremos sobre alguns textos que fazem parte deste conjunto de estudos para sugerir que estas identificações e pensamentos sobre homens e masculinidades negras são marcados por uma aparição colonial, um modo parcial, disforme e incompleto de descrever e refletir sobre como raça, gênero, classe, etnia, sexualidade e nacionalidade são articulados para falar sobre homes negros.Palavras chave: Masculinidades negrasDiáspora -aparição colonial -interseccionalidade
Abstract:We seek to gather in this article a series of studies published in Portuguese and English that deal with the theme of black masculinities. By doing this review, we present an analysis on how this topic has been identified and thought in this literature, pointing to different analytical emphases that are related to different interpretive approaches. In making this systematization, we discuss some texts that are part of this series of studies to suggest that these identifications and thoughts about black men and masculinities are marked by a "colonial appearance", a partial, deformed and incomplete way of describing and reflecting on how race, Gender, class, ethnicity, sexuality and nationality are articulated to talk about black homes.
Baseado na discussão que realizei em minha pesquisa de mestrado em duas escolas do bairro do Guamá, da chamada “baixada” do município de Belém do Pará – equivalente ao que se denomina de periferia em outras regiões do país –, neste artigo tento organizar e problematizar discursos sobre cor a partir de categorias êmicas e nominativos descritivos elaborados pelos estudantes de duas escolas. Os discursos sobre cor são remissivos ao modo como o corpo docente e as duas instituições escolares constroem ideologias raciais referendadas na mestiçagem como traço identitário nacional. Destacam-se distinções dicotômicas de gênero que entrecortam as categorias e os nominativos construídos no contexto observado.
Pelo menos nos últimos vinte anos, temos visto a produção crescente de artigos, ensaios, livros e dossiês com trabalhos sobre homens negros e masculinidades, em grande parte, escritos e elaborados por homens negros. Esta produção faz parte de um movimento intelectual e político que tem articulado as categorias de raça, gênero, classe, regionalidade e sexualidade dentro de um campo intelectual explicitamente influenciado por autoras do feminismo negro, sobretudo estadunidense, intelectuais negros brasileiros e das teorias pós-colonial ou decolonial. Neste período, a produção intelectual sobre homens negros e masculinidades divulgada em trabalhos escritos ou em discussões e apresentações públicas realizadas por Osmundo Pinho, Rolf Malungo e Alex Ratts e, mais recentemente, na produção feita por Deivison Faustino, Alan Ribeiro, Waldemir Rosa e Henrique Restier. Estes
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