As tomadas de decisões clínicas já foram consideradas resultado de um processo estritamente cognitivo, porém, sabe-se atualmente que são influenciadas pelas emoções. Atividades educacionais conduzidas ao longo do processo de formação médica voltadas para o desenvolvimento destes aspectos emocionais podem resultar em profissionais mais aptos a tomarem decisões clínicas acertadas, mas pouco se conhece sobre seus reais efeitos. Com o objetivo de analisar a influência das emoções no processo de tomada de decisão na formação médica foi realizado uma revisão sistemática utilizando as bases de dados Medline (via PUBMED), BVS e ERIC para identificar estudos empíricos originais. Foi possível identificar que a emoção e a razão influenciam o processo de tomada de decisões clínicas, no entanto há poucos estudos que de fato saem do campo meramente teórico e descritivo e apresentam um desenho experimental. Foram identificados oito estudos que utilizaram estratégias educacionais com o intuito de modular as tomadas de decisões, utilizando diferentes modelos de avaliação e obtenção de resultados. Os artigos identificados apresentaram estratégias variadas, como oficinas, uso de ferramentas online, avaliação do efeito de sentimentos positivos no raciocínio e na tomada de decisões clínicas, ambientes simulados, recursos audiovisuais, OSCE, entre outros. Os resultados observados muitas vezes não avaliavam diretamente melhora do desempenho, mas sim efeitos secundários como maior interesse para resolver os casos ou mesmo maior rapidez para solucioná-los. Os estudos são bastante heterogêneos, tanto em relação ao tipo de intervenção quanto aos desfechos analisados, mas esta revisão fornece um panorama que pode nortear os docentes a explorar estratégias educacionais potencialmente eficazes.
Uma visão estigmatizada das pessoas com transtornos mentais está presente em parcelas significativas da sociedade, incluindo os profissionais de saúde, o que pode contribuir para uma baixa qualidade assistencial e dificuldade de acesso à saúde por parte dessa população. Diante desse problema, o artigo apresenta o relato de experiência curricular de uma escola médica privada, situada em uma capital do Sudeste brasileiro, de metodologia ativa, cujo cenário de prática ocorre inteiramente em uma Rede de Saúde Mental Comunitária do Sistema Único de Saúde – SUS. A avaliação dessa experiência concluiu que um modelo proposto contribuiu para a redução do estigma direcionada a portadores de transtornos mentais, além de ter sido avaliada positivamente pelos alunos. Para tanto, foi necessário a inclusão de estratégias educacionais que promovessem o convívio direto dos alunos com os portadores de transtornos mentais e o início do curso indicou ser um momento oportuno para oferecer esse tipo de atividade. A experiência também aponta que a colaboração eficaz entre a Universidade e o SUS pode promover mudanças positivas na formação em saúde mental de futuros médicos brasileiros.
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