Dentre as várias maneiras de se mensurar a eficiência alimentar, o consumo alimentar residual (CAR) tem sido objeto de estudo em bovinos de corte, e mais recentemente, se destacado também em pesquisas com ovinos. Dessa forma, objetivou-se com esta revisão apresentar alguns aspectos a respeito do CAR como medida de eficiência alimentar, com foco em ovinos de corte, abordando a relação deste com outras medidas produtivas e de eficiência, bem como com componentes sanguíneos e características de carcaça. Ainda são poucas as pesquisas com avaliações de eficiência alimentar em ovinos de corte, sobretudo na perspectiva do CAR. A dificuldade de mensuração de consumo individual dos animais, o custo elevado dessa atividade e a necessidade dessa avaliação ser minuciosa e por períodos relativamente longos se destacam ainda como entraves ao avanço efetivo das pesquisas com o CAR em ovinos. Diversas características se mostram associadas à eficiência alimentar e os processos relacionados com esse fator ainda são pouco elucidados. Os resultados ressaltam a necessidade de realização de mais estudos para aprofundamento das relações entre a eficiência alimentar e elementos dos perfis sanguíneos (ligados ao metabolismo) e características da carcaça (alterações na composição corporal).
Avaliou-se o consumo alimentar residual (CAR) de 13 cordeiros visando o estímulo das correlações entre essa variável com medidas de desempenho e eficiência e características da carcaça e a verificação de diferenças em animais classificados pelo CAR (alto ou baixo). Após 25 dias de adaptação, os ovinos permaneceram confinados por 70 dias para mensuração do consumo de matéria seca (CMS) e foram pesados a cada 14 dias para obtenção do ganho de peso diário (GPD). Foram considerados o peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), peso metabólico (PM), GPD, conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), CMS e CMS em percentual do PV (CMS%PV). As avaliações de carcaça foram realizadas por ultrassom (frequência 6 MHz). O CAR se mostrou correlacionado (p < 0,05) com o CMS (+0,60) e com o CMS%PV (+0,71). Os cordeiros de CAR baixo tiveram menor CMS%PV (p = 0,01) e tendência a apresentar menor CMS (p = 0,08). Não houve diferenças entre as classes de CAR para as variáveis GPD, PVI, PVF e PM, e os animais mais eficientes pelo CAR foram também mais eficientes pela CA e pela EA. A CA apresentou correlação (p < 0,05) com a EA (-0,99), com o GPD (-0,83) e com o PVF (-0,61). Ao contrário da CA, o CAR apresentou independência fenotípica com medidas de crescimento e tamanho corporal e também não apresentou correlações (p > 0,05) com as variáveis de carcaça estudadas. Confirmou-se o potencial do CAR como medida de eficiência alimentar para ovinos jovens em confinamento, sem prejuízos ao desempenho e ao acabamento das carcaças.
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