Nesse artigo, primeiramente, realizamos um histórico das interpretações jurídicas e historiográficas em torno da temática da adoção na sociedade luso-brasileira,no período anterior ao século XX. Em seguida, analisamos documentação inédita na historiografia representada por cartas e processos de adoção procurando entender as práticas sociais de incorporação sociofamiliar de filhos alheios.
Na cidade de São Paulo, a assistência pública à crianças e jovens órfãos e abandonados surgiu no ano de 1825 com a organização de uma Casa de Expostos e Órfãos. No período anterior, os pais e mães que não podiam, ou não queriam ficar com os filhos, contavam somente com o auxílio particular oferecido por pessoas que recebiam e criavam a prole alheia. Amplamente difundida na América Portuguesa, a prática do acolhimento domiciliar de crianças e jovens era uma das faces de um complexo sistema de redes sócio-culturais. O objetivo desta tese é analisar essa prática sócio-cultural na cidade de São Paulo, entre 1765 e 1822, buscando delinear as motivações ao acolhimento e as relações estabelecidas entre acolhedores e acolhidos.
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