Este artigo tem como objetivo analisar a Educação de Surdos, provenientes de matrículas da educação especial, tanto nas classes comuns do ensino regular como nas classes exclusivamente especializadas. Estudo do tipo ecológico, composto por série histórica de dados provenientes de matrículas da educação especial. Utiliza para a análise os dados da totalidade das matrículas realizadas em estabelecimentos de ensino localizados no território do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil, no período de 2010 a 2018, tanto da esfera pública quanto da privada. Para tal, entrelaça os dados estatísticos a revisão bibliográfica, contextualizando a educação de surdos numa retrospectiva histórica, sob o viés político, social, educacional e temporal. As análises inferenciais foram compostas pelos testes de Correlação de Spearman e Regressão de Poisson robusta. O Intervalo de Confiança empregado foi de 95%, e o Nível de Significância adotado de p<0,05. O contingente de matrículas abarcado pela Surdez dentro do total da educação especial ao se fragmentar por diagnóstico, foi de 2%. A Surdez representou 5% (9.202) das matrículas na modalidade de classes exclusivamente especializadas, enquanto que para as classes comuns do ensino regular representaram 1% (5.754). Houve retração em 5% das matrículas de surdos na educação especial, 6% para a modalidade de classes exclusivamente especializadas, e 4% para classes comuns do ensino regular. Os dados desta pesquisa apontam uma trajetória inclusiva na década analisada para o território do Estado do Rio Grande do Sul, em conformidade com a análise textual e bibliográfica que aponta para a luta da comunidade surda na busca da manutenção da identidade e do direito a estar com seus iguais, de forma mais interativa, produtiva e social.