IntroduçãoApós a redemocratização do país, a discussão sobre o futuro do sindicalismo tomou dois rumos distintos com relação ao impacto das alterações da estrutura sindical sobre a capacidade de organização e ação do movimento sindical. De um lado, os autores que salientam a permanência do "corporativismo estatal" após o fim do autoritarismo; de outro, os autores que enfatizam as mudanças na estrutura sindical em direção a alguma forma de neocorporativismo ou mesmo ao pluralismo. Este artigo analisa as mudanças na estrutura sindical tendo como pano de fundo esse debate.O corporativismo estatal adotado no Brasil adaptou-se a diferentes regimes e contextos políticos até ser colocado em xeque pelo "novo sindicalismo" e, com a redemocratização, passar por profundas transformações. Ao mesmo tempo que o enquadramento e a contribuição compulsória permanecem como legados do modelo estatal, os freios na intervenção do Estado, a regulamentação das centrais sindicais e as mudanças no cenário político transformaram a dinâmica da disputa no interior da estrutura sindical. Essas mudanças nas regras do jogo têm alterado a dinâmica do sindicalismo, aproximando-a do corporativismo societário.A desconcentração e a fragmentação na base, herdade da estrutura anterior, foram contrabalanceadas pela concentração na cúpula, com as centrais desempenhando um papel de destaque na definição das políticas públicas deliberadas nas novas instâncias de participação. O princípio da unicidade não evitou a intensa competição nas eleições sindicais nem o desmembramento dos sindicatos, e a competição na cúpula ganhou novo impulso com a regulamentação das centrais. Mesmo assim, as centrais passaram a atuar de modo unificado na defesa
Resumo Dialogando com as diferentes abordagens presentes na literatura, este artigo procura analisar a incidência de greves nas diferentes fases econômicas e políticas do Brasil, nas duas últimas décadas. Ao mesmo tempo, inserimos as greves no contexto da conjuntura e dinâmica organizacional do movimento sindical. Ao longo desse período, a incidência de greves tendeu a diminuir nos momentos de alta do desemprego e a aumentar nos momentos de queda. Não foi encontrada relação entre greve e ganho salarial. A análise da relação entre greve e política parece corroborar a ideia de que em governos de centro-esquerda observa-se menor volume de greves do que em governos de centro-direita, enquanto a maior competição no interior do movimento sindical, inferida pelo número de sindicatos em cada ano, esteve associada a um maior volume de greves. Essas correlações, ainda que inconclusivas, apontam o caminho para novas investigações, utilizando séries mais longas e análise comparada.
A reconsideração da estratégia de intervenção direta do Estado na economia como produtor de bens e serviços foi em grande parte impulsionada pela crise econômica mundial que eclodiu na década de 1970, contribuindo também para colocar a venda das empresas estatais na agenda política de diferentes países. A privatização passou a ser apresentada como peça fundamental da reforma ou da reestruturação do Estado, que não se resumiu à retração do setor produtivo estatal. O receituário reformista, que em sua forma mais acabada ficaria conhecido como Consenso de Washington, abrangia também a liberalização do comércio, as reformas fiscal e previdenciária, e a estabilidade econômica (Williamson, 1990).Neste artigo examino os determinantes políticos da privatização do setor de telefonia em quatro países a partir de uma abordagem neoinsti- 425
Gostaria de agradecer inicialmente à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo -FAPESP por ter financiado minha pesquisa de doutorado enquanto estive no Brasil. O apoio da instituição, que me auxiliou desde o mestrado, foi fundamental para a realização do meu trabalho. Agradeço também à CAPES por me conceder apoio financeiro durante o período em que desenvolvi meu estágio na Universidade de Yale. Neste período contei com o apoio importante do professor José Cheibub, do Departamento de Ciência Política de Yale, que se prontificou a me orientar nesta minha passagem pelos Estados Unidos. Devo agradecer especialmente à minha orientadora Maria Hermínia, por ter me incentivado a seguir na academia, e pela qualidade da sua orientação. Seus comentários e provocações ajudaram a amadurecer minhas posições e a aprimorar meus argumentos, aguçando em mim o espírito investigativo e o rigor científico tão necessários ao bom pesquisador. Agradeço também aos outros professores que se prontificaram a ler os resultados parciais do meu trabalho, e que com seus comentários profícuos ajudaram na maturação das idéias desenvolvidas nesta tese. Devo citar, particularmente, o professor
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