RESUMOEste artigo apresenta os resultados de pesquisa que discute a justiça com incidência nas práticas de gestão e organização escolar, visando tornar visíveis as injustiças que a compõe. O estudo de casos em quatro escolas de ensino médio do Brasil e Portugal apoia-se na análise de conteúdo, focalizando concepções e práticas de sujeitos escolares sobre justiça, injustiça, violência, indisciplina. Dentre os resultados destaca-se que a democracia é percebida com referências à participação legal-formal, no Brasil, e à participação como condição para envolvimento de estudantes em vivencias pedagógicas, em Portugal. Conclui-se que as soluções propostas para a redução das injustiças escolares são relacionadas às concepções de democracia, seja formal, seja substantiva, o que reflete as culturas locais e nacionais e decorre de prá-ticas organizacionais preventivas em Portugal, em contraponto a práticas paliativas no Brasil.Palavras-chave: Gestão escolar. Justiça. Brasil. Portugal. Democracia formal. ABSTRACTThe article presents research results that debate justice, with an impact on school administration and organizations practices, in order to make visible the injustices that compose it. The case study in four high schools in Brazil and Portugal is based on content analysis, focusing on the conceptions and practices of school subjects on justice, injustice, violence, indiscipline. Among the results, it is worth noting that democracy is perceived with references to legal-formal participation in Brazil, and with participation as
ResumoA pesquisa tem como objetivo investigar a vivência da democracia e da cidadania na gestão escolar, bem como problematizou as relações referentes à justiça. O estudo qualitativo comparativo analisou duas escolas de Recife (pública e privada) reconhecidas como democráticas. Buscou-se informações a respeito das concepções de organização democrática e de justiça, a coleta dados foi feita através de entrevistas, questionários e observações em que analisou-se como as regras são construídas coletivamente e como se confi guram as concepções de participação, autonomia e cidadania. Dentre os resultados obtidos, destacaram-se diferenças relativas ao respeito de alunos, pais e professores às regras escolares, o que relacionamos ao nível de conscientização decorrente da participação em sua elaboração, bem como aos valores partilhados em cada ambiente. As concepções de justiça denotam referências à sua dimensão legal. Dentre as conclusões, a organização escolar mobiliza diferentes princípios de justiça nas escolas; estes, no entanto, contrariaram as suposições cogitadas, a exemplo da suposta valorização de uma perspectiva mercantilista da justiça na escola privada ou de uma perspectiva da justiça universalista na escola pública. Palavras-chave:
RESUMO O artigo analisa as percepções de justiça e injustiça no espaço escolar, com ênfase nos princípios de justiça. A pesquisa com escolares do Ensino Médio de Brasil e Portugal contrasta o sentimento de injustiça resultante de conflitos presentes nas duas realidades. Apoia-se em conceitos como juventudes, democracia e justiça. Os dados tratados via análise de conteúdo reforçam a tese de que a escola é um lugar propício para resolver conflitos de maneira não violenta, e acrescenta como seus limites a fundamentação nos princípios básicos da justiça: a comunicação não violenta, a empatia e o respeito.
InjustIça, conflIto e vIolêncIa: um estudo de caso em escola públIca de RecIfe A NATUrALIzAÇãO dAS INJUSTIÇAS NAS ESCOLAS E SUA rELAÇãO COm CONFLITOS E VIOLÊNCIAS ALI VIVIdASInicialmente é importante distinguir a justiça formal, que trata da distribuição de benefícios e ônus na sociedade de acordo com regras socialmente aceitas, supostamente orientadas para a equidade e precisão em sua aplicação (igualdade formal), da justiça substantiva, que se refere a critérios distributivos (direitos, merecimento, necessidade ou escolha), que se materializam como concepções rivais de justiça e podem justificar desigualdades entre diferentes grupos (OUTHWAITE;BOTTOMORE, 1996). A distinção permite esclarecer a escolha, para fins deste artigo, de um debate a respeito dos critérios distributivos que se manifestam sob diversas concepções de justiça presentes enquanto experiências vividas no âmbito escolar. A opção faz sentido diante de um contexto macropolíti-co de racionalidade e justificação neoliberal, em que a justiça é entendida como um valor social prioritário, que supera as demais considerações normativas (RAWLS, 1992). Essa lógica, no entanto, é dissonante da realidade experimentada no cotidiano de alunos e professores das escolas, as quais se defrontam com o desafio de materializar práticas sociais democráticas em seu interior, mas são reiteradamente alvo de todo tipo de desigualdade e injustiça social.Nancy Fraser (2014) compreende que a superação da injustiça institucionalizada permite a efetivação de uma realidade baseada nas virtudes sociais e individuais. A autora nos faz ver que a justiça é compreendida por meio de sua negação: o que experimentamos, na realidade, é uma sociedade injusta, a partir da qual ponderamos sobre o que pode vir a ser uma sociedade justa. As pessoas teriam, assim, seu referencial moral e normativo pautado em sua experiência real. As concepções de justiça, nesses termos, são relacionadas às injustiças vividas. Assim, "a injustiça é uma questão de vitimização objetiva", uma relação entre diferentes que diz respeito ao não reconhecimento do outro, implicando que "os meios de interpretação e comunicação da sociedade não servem todos os membros sociais de modo equânime" (FRASER, 2014, p. 270 A educação e a escola podem oportunizar outras experiências de relações sociais no quesito raça, tendo em vista que é no espaço escolar que se constroem novos valores e referências. Conforme Derouet (2002, p. 14), a justiça atribui valor ao saber por conta da "quantidade e complexidade das competências necessárias para ser um membro normal da sociedade", o que é importante para que a escola volte a "promover o incremento do conhecimento, a possibilidade, para as pessoas de desenvolverem suas competências e darem sentido à sua vida pelo saber".Nessa direção, é relevante elucidar concepções de justiça presentes no ambiente escolar. Parte-se do pressuposto de que a justiça se estabelece na relação entre as pessoas em sociedade tanto no âmbito do direito (justiça formal), que se refere aos critérios de igualdad...
Resumo: O artigo aborda o conflito existente entre as políticas educacionais e sua implementação nas escolas, haja vista a contradição entre a autonomia outorgada e a regulação. Considera que a escola é uma organização formal, instituída e instituinte, e desenvolve comportamento organizacional e valorativo que revela seu projeto político-pedagógico com racionalidade própria. O estudo de caso de tipo etnográfico numa escola pública auxilia a entender como esta contradição emerge na prática. Observa-se que a falta de tempo para o diálogo opõe-se aos objetivos das metas educacionais, o que limita mas não elimina o potencial crítico-argumentativo necessário à sua auto-proposição e auto-regulação.Palavras chave: Organização escolar; gestão da educação; tempo, racionalidade instrumental; racionalidade comunicativa. Abstract:The article discusses the conflict between educational policy and its implementation in schools, given the contradiction between the granted autonomy and regulation. It considers that the school is a formal organization, established and instituting, and develops organizational and evaluative behavior that reveals a political-pedagogical project with its own rationality. The ethnographic case study in a public school helps to understand how this contradiction emerges in practice. It is observed that the lack of time for dialogue is opposed to the objectives of educational goals, which limits but does not eliminate the critical and argumentative potential necessary for its self-proposition and self-regulation.Keywords: School organization; management education; time; instrumental rationality; communicative rationality.Resumen: El artículo aborda el conflicto entre la política educativa y su aplicación en las escuelas, dada la contradicción entre la autonomía concedida y la regulación. Considera que la escuela es una organización formal, establecida y instituyente y desarrolla el comportamiento organizacional y de evaluación que revela su proyecto político-pedagógico con su propia racionalidad. El estudio de caso etnográfico en una escuela pública ayuda a entender cómo esta contradicción surge en la práctica. Se observa que la falta de tiempo para el diálogo se opone a los objetivos de las metas educativas, lo que limita, pero no elimina el potencial crítico y argumentativo necesario para su auto-propuesta y autorregulación.
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